O ambiente de negócios do Brasil, sobretudo no que trata de investimentos, entrou em compasso de espera neste primeiro trimestre de 2023. Da deflagração do Caso Americanas (AMER3) até uma perspectiva de juros em patamares elevados por mais tempo, o custo de capital está em níveis altos para as empresas brasileiras, com algo próximo a 20% ao ano.

Apesar de um momento considerado desafiador, empresas que faturaram cerca de R$ 2,1 trilhões, ou 21% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado ainda pretendem investir na expansão dos negócios em 2023, segundo a pesquisa “Agenda 2023”, feita pela Deloitte e enviada ao InfoMoney.

O levantamento foi elaborado entre os dias 2 de fevereiro e 5 de março, ouviu 501 empresas e 90% das respostas vieram de profissionais em nível executivo, ou seja, em cargos de conselho, presidência, diretoria e gerência.

Na amostra, 73% dos entrevistados afirmaram que pretende investir de alguma forma na expansão da companhia. Mais da metade (52%) das empresas pretendem adquirir máquinas ou equipamentos, enquanto 41% afirmam que buscarão ampliar os pontos de venda. Outros 27% devem ampliar o parque fabril e 14% planejam abrir novas unidades de produção.

Empresas miram IPO
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IPOs e emissão de dívidas no radar

Apesar do cenário escasso para captações de recursos neste primeiro trimestre, 12 empresas ouvidas (ou 2,4% do total) ainda pretendem abrir o capital por meio de uma oferta inicial de ações (IPO, em inglês) neste ano, enquanto outras 37 (7,4% da amostra) miram a emissão de títulos de dívida.

Os executivos também observam que uma das frentes de crescimento para 2023 poderá vir de aquisições, com 18% dos entrevistados enxergando oportunidades. A compra de ativos específicos de outras companhias também está no radar de 16% das empresas.

Entre as companhias participantes, 36% são de prestação de serviços, 16% de manufaturas, 13% de infraestrutura, 11% de TI e telecomunicações, 10% de serviços financeiros, 7% de agronegócio, 5% de comércio e 2% de extrativas. Do total, 94% são empresas privadas e 41% trabalham no comércio exterior.

Os dez maiores desafios

Entre as maiores preocupações dos empresários, a pesquisa mostrou que o aumento de produtividade, de vendas e melhora nas margens são os principais. A necessidade de se obter mão de obra qualificada e o lançamento de novos produtos completa o top-5.

Além desses desafios, são preocupações das empresas:

  • Manter a boa imagem da marca;
  • Proteger os dados sem perder eficiência;
  • Captar recursos financeiros;
  • Fornecedores com os mesmos valores da empresa;
  • Reduzir problemas operacionais com fornecedores.

Ainda de acordo com o levantamento, sete em cada dez empresas esperam aumento das vendas acima de 5% em 2023. Na mediana das respostas, o crescimento das vendas estimado é de 12,5%.

Força de trabalho

Em relação a força de trabalho, 44% dos executivos pretendem aumentar o quadro de funcionários e 49% pretendem manter em 2023.

Apenas 7% dos entrevistados devem diminuir o quadro, dos quais 5% apontam redução de custos como principal motivo. Já 23% dizem que manterão o quadro o quadro de funcionários, sem substituições… leia mais em InfoMoney 29/03/2023