Após encerrarem 2023 com aporte líquido de R$ 44,85 bilhões, os investidores internacionais começaram este ano saindo da bolsa brasileira em razão das perspectivas de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos.

Os estrangeiros terminaram o primeiro trimestre deste ano com saques líquidos de R$ 22,90 bilhões no segmento secundário (ações já listadas) da B3. É a maior saída trimestral dos não residentes desde o terceiro trimestre de 2021, quando o grupo retirou R$ 23,7 bilhões da bolsa brasileira, conforme levantamento do Valor Data.

Após encerrarem 2023 com aporte líquido de R$ 44,85 bilhões, os investidores internacionais começaram este ano saindo da bolsa brasileira em razão das perspectivas de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos. O mercado começou o ano apostando que as taxas americanas começariam a cair em março, mas a perspectiva agora é de que o início do ciclo seja apenas em junho — ou até mais à frente —, já que os dados de atividade nos EUA têm vindo fortes e a inflação se mostra resiliente.

Os sinais de uma política monetária mais conservadora nos EUA fizeram os rendimentos dos títulos públicos americanos (Treasuries) subirem com força nos últimos meses. Como os títulos do Tesouro americano são considerados o investimento mais seguro do mundo, o retorno maior dos papéis afasta recursos de países vistos como menos seguros e mais voláteis, como é o caso do Brasil.

As perspectivas de cortes nas taxas nos EUA pioraram durante março, aumentando a incerteza sobre quando os cortes começarão e quanto as taxas cairão — o consenso de mercado espera agora apenas três cortes neste ano, abaixo dos seis anteriores. E mesmo um cenário de três cortes parece estar em risco”, afirma, em relatório, a equipe de pesquisa em ações do BTG Pactual. “Em qualquer caso, a deterioração das perspectivas de cortes de juros nos EUA pode explicar os grandes resgates dos investidores estrangeiros em ações brasileiras no acumulado do ano.”.. Leia mais em valorinveste.globo 02/04/2024