Venture capital focado em fintechs e com US$ 500 milhões sob gestão, a americana Flourish Ventures viu no Brasil um ambiente propício em termos de regulação e oportunidades. No ano passado, deslocou para São Paulo a colombiana Diana Narváez, responsável pelos investimentos do grupo na América Latina, e, hoje, 80% do portfólio latino já está alocado por aqui.

No momento, a Flourish tem olhado com curiosidade para iniciativas em saúde, clima e moradia, sempre com viés de serviços financeiros. Até o fim do ano, a gestora deve concluir mais três aportes na região, atualmente em processo de due dilligence.

Com Narváez no Brasil, a instituição pretende estar mais perto das que já são investidas e também ter uma visão mais apurada do que está acontecendo no cenário local. “Eu vejo inúmeras oportunidades em emergentes, em especial no que diz respeito a meios de pagamento e com foco no B2B. Na América Latina, vivemos um momento em que não é preciso reconstruir um Uber ou Amazon local, é uma região que está pronta para criar as empresas do futuro”, disse a executiva ao Pipeline, antes de participar da edição deste ano do SVWC, evento promovido em São Paulo pela StartSe na quarta-feira.

Apesar de apostar só agora em presença física por aqui, a Flourish já investe no Brasil há mais de dez anos. Um dos primeiros aportes na região foi no Guiabolso, que resultou num exit vantajoso para a gestora com a aquisição pelo PicPay. No país, a firma também já entrou para o cap table no early stage de Neon, Dinie e Dolado. A nível global, são 72 startups ativas no portfólio.

Flourish que investiu em Guiabolso e Neon prepara três aportes na América Latina

“Nosso foco é fazer com que os serviços financeiros sejam mais justos e acessíveis para todo mundo. E se queremos causar disrupção precisamos estar nos lugares certos e investindo em empresas capazes de criar esse ‘efeito cascata’ de fato”, afirma Narváez.

Em comparação com outras firmas de VC, a Flourish tem a vantagem de ser um fundo evergreen. Sem data limite para alocação dos recursos e exits, a gestora consegue trabalhar com mais flexibilidade com os tickets, além da possibilidade de aportar em outras iniciativas para além de startups. A tese do fundo é investir em fintechs, em rodadas seed ou Série A com um valor mínimo de US$ 300 mil, mas que idealmente fique entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões…. leia mais em Pipeline 03/08/2023