O CEO da Wiser Educação, Flávio Augusto, participa do Bossa Summit 2023, nesta quinta-feira (23), e conta que seu novo momento é apostar na participação em startups de educação, através do equity. Conhecido no mercado por fundar a Wise Up, rede de escolas de inglês, o empresário defende a tese de criar negócios para vender em um futuro.

“Eu sempre procurei encorajar o empreendedor brasileiro a ter uma visão de equity no seu valor de negócio. Eu sou da tese que você tem que construir um projeto para que depois ele seja vendido”, enfatizou o empresário, que também é o fundador do Geração de Valor.

Augusto seguiu sua própria tese e, em 2013, vendeu a Wise Up por US$ 500 milhões de dólares (R$ 1 bilhão, na cotação da época). A rede, contudo, passou por diversas crises e começou a operar no vermelho após sua venda. Dois anos depois, em 2015, o empresário, recomprou a companhia por cerca de US$ 80 milhões (R$ 300 milhões na cotação da época).

Em um cenário de comprador e vendedor, o empresário reitera a importância de não se apegar ao negócio. Entretanto, ele comenta sobre não ser um processo fácil, visto que o Brasil é um País com uma cultura de apego.

“Isso é contracultural, porque a gente se apega a tudo aqui. A gente se apega a um carro, a uma casa, um negócio. E se vender é uma parte nossa que vai. Outros acham que vender é um negócio é sinal de que deu errado”, afirmou Augusto, que ainda completou dizendo que tem percebido uma mudança de cenário, com empresários começando a demonstrar interesse em construir riqueza através da venda de sua participação acionária.

Em relação ao universo de startups, ele afirma estar atento a pessoas criativas com disposição de criar negócios interessantes, com potencial de crescimento. “Nessa fase que eu estou de vida, com 51 anos, a gente começa a observar novos talentos e, daqui há alguns anos, eu quero estar cercado de pessoas novas e inovadoras. É um prazer muito grande ver essa nova geração com brilho nos olhos”, comentou.

Novo modelo para a Wise Up e ampliação de mercado

O CEO também explicou sobre o novo momento que está vivendo, tanto como investidor, como para a Wise Up. Em relação ao futuro da rede de idiomas, ele revela que o ensino online e o foco em inglês para empregabilidade estão sob o olhar da companhia.

“Em 2020, as escolas fecharam por um ano e meio e mais um tempo por inviabilidade mercadológica. Nesse período, se ficassem mais tempo fechadas, eles saberiam que não conseguiriam se manter de pé. Nós não esperamos acontecer, a gente se antecipou e foi para o meio online. Como resultado, em 2019 tínhamos clientes. Em 2022, 750 mil.”, disse.

E ainda completa que outra tese de investimento foi ampliar o ensino de idiomas para empregabilidade. “Com isso, a gente abriu para a área da pós-graduação, preparatório para Enem, para cursos de vendas e performance, para soft skills do mercado. A gente ampliou nosso escopo para características que contribuam com a empregabilidade”.

Além dos esforços na Wise Up, Augusto contou, em sua palestra, sobre a nova fase como investidor. “Nós compramos seis empresas nos últimos 18 meses, todas elas fazem parte do hub da educação. Nesse momento, a gente se posiciona como comprador, estamos formando um grupo forte de empresas de educação”, finalizou… leia mais em BPMoney 23/03/2023