A Aon  líder global em serviços profissionais, divulgou o mais recente relatório sobre as atividades do mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) na América Latina, que abrange dados de todo o ano de 2023. Realizado em parceria com a TTR Data, o estudo destaca o Brasil como líder na região em número de transações, apesar da queda de 22% na quantidade de operações em comparação ao ano de 2022. No total o País registrou 2.008 negócios anunciados e fechados e um capital mobilizado de US$ 43,4 bilhões, cifra 27% menor do que no ano anterior.

A América Latina como um todo também apresentou queda, com um total de 3.235 fusões e aquisições anunciadas e fechadas, uma redução de 12% em relação a 2022, e um valor agregado de US$ 74,1 bilhões, queda de 24% na mesma comparação.

“Tivemos uma redução significativa no valor agregado e na quantidade de transações em geral na América Latina, em linha com o que observamos globalmente. Apesar disso, é importante destacar, por exemplo, o crescimento da quantidade e valor agregado em transações no Chile e no Peru. Seguimos confiantes numa retomada do mercado em 2024, tendência já percebida no segundo semestre de 2023. Os dados do relatório reforçam o grande desenvolvimento desse mercado na região, com incremento considerável na utilização de seguros transacionais, seja para transferir passivos ocultos, contingentes ou até mesmo para apoiar na estruturação financeira do acordo”, explica Felipe Junqueira, head de M&A & Transaction Solutions da Aon para a América Latina. AON Fusões e aquisições na América Latina

Private Equity e Venture Capital

Em 2023, foram registradas 181 transações de Private Equity, das quais 46 têm um montante agregado não confidencial que soma US$ 8.397 milhões, representando uma queda de 10% no número de operações e de 26% no seu valor em relação a 2022.
Quanto ao segmento de Venture Capital, foram realizadas 899 transações, das quais 643 tiveram um montante agregado não confidencial de US$ 5 bilhões, uma diminuição de 30% no número de negócios fechados e de 41% no capital mobilizado, face a 2022.

Classificação das transações por país

Além da liderança do Brasil no número de transações, o Chile se destacou em segundo lugar pela primeira vez nos últimos cinco anos, com 384 transações, um aumento de 15% em relação a 2022, e um montante de US$ 15 bilhões, um aumento de 2%. Em terceiro lugar no ranking ficou o México, com 366 transações, representando uma queda de 16% em relação ao ano anterior e de 19% no valor total mobilizado, que foi de US$ 13,4 bilhões.

O ranking segue com a Colômbia, com 264 transações (queda de 5%) e valor agregado de US$ 5 bilhões (redução de 32%); Argentina, com 214 transações (aumento de 10%) e capital mobilizado de US$ 2,7 bilhões (queda de 36%) e Peru, com 140 transações (aumento de 25%) e montante agregado de US$ 6,9 bilhões (aumento de 167% em relação ano anterior).

Cross Border

Nas operações cross-border registradas em 2023, destaca-se o interesse por investimentos das empresas latino-americanas no exterior, especialmente nos continentes norte-americano e europeu, onde foram realizadas 100 e 89 operações, respectivamente.
No sentido inverso, as organizações com mais atividades estratégicas na América Latina são da América do Norte, com 453 negócios fechados, Europa, com 364, e Ásia, com 75 operações.

Destaque de 2023

O reporte destaca em 2023 a transação da Natura&Co (NTCO3), que concluiu a venda da marca de luxo australiana Aesop para a gigante de cosméticos francesa L’Oréal, avaliada em US$ 2,5 bilhões. A operação contou com a assessoria jurídica da Baker McKenzie; Davis Polk; Latham e Watkins; Lefosse; L’Oréal; Mattos Filho; Natureza; Pinheiro Neto Advogados e Trench, Rossi e Watanabe Advogados. A parte financeira ficou a cargo do Bank of America.

“A liderança do Brasil no número de transações, mesmo em um período desafiador, ressalta a importância contínua do país no cenário de M&A na América Latina. Apesar da queda de 22%, o país mobilizou um capital de US$ 43,4 bilhões, evidenciando a maturidade e resiliência do mercado brasileiro”, comenta Thiago Lang, diretor de Indústrias, M&A & ESG da Aon no Brasil.

Com informações da FSB 31/01/2024