O Grupo GPS, conglomerado de serviços prediais como segurança e limpeza, tem uma previsão ambiciosa para M&As em 2023: comprar um número suficiente de empresas que tenham um faturamento anual combinado de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões. Mas praticamente metade do ano já foi e as duas únicas companhias incorporadas até então não chegam a um quinto do piso da meta: a Engie Serviços e a Compart têm uma receita somada de R$ 258 milhões.

Os analistas do Itaú BBA, no entanto, não estão preocupados com o prazo mais curto. Após mergulhar em uma análise sobre um ativo, a partir da demanda de investidores, o banco indicou em relatório que a companhia tende a acelerar o ritmo e concluir o plano de aquisições ao longo do segundo semestre.

A GPS é a principal consolidadora do mercado, com expertise arraigada na triagem, negociação, aquisição e integração de novas empresas, como comprovam suas cinco a sete aquisições por ano nos últimos três anos”, escreveram os analistas Itaú BBA liderados por Daniel Gasparete.

GPS terá que correr para bater meta de M&As mas BBA vê tempo hábil

Permitindo-se recorrer a um trocadilho, os analistas disseram que o Grupo GPS ficou fora do radar dos investidores ao longo do segundo semestre do ano passado e no primeiro trimestre deste ano, mas que a discussão em torno do nome tem crescido no mercado, não só pela quantidade de interações, mas também pela qualidade – a maioria dos investidores que procurou o BBA para falar sobre o GPS é formada por fundos focados no longo prazo.

O banco reconhece que o maior interesse faz sentido, porque de fato o desempenho da companhia tem impressionado. Com uma valorização de 40% para a ação no acumulado do ano, contra 10% para o Ibovespa, a empresa tem uma fatia de 5% em um mercado de R$ 250 bilhões e é uma das poucas do universo de cobertura do Itaú BBA com uma previsão de crescimento anual do lucro de 15% a 20% para os próximos cinco anos. No ano passado, teve lucro líquido de R$ 586 milhões.

O banco também gostou do que ouviu em conversas com clientes, ex-funcionários e até concorrentes. Os clientes, embora admitam que o GPS não é a opção mais barata, afirmam que preferem a companhia por causa da confiabilidade de seus sistemas, enquanto os ex-funcionários dizem que a empresa tem uma cultura voltada para resultados em todos os níveis de gerência. Já os concorrentes disseram que têm dificuldade para replicar as margens do grupo, em geral são 4 ou 5 pontos percentuais maiores que a do mercado…. leia mais em Pipeline 14/06/2023