O Timberland Investment Group (TIG), subsidiária do BTG Pactual que gere ativos florestais, tem o Brasil como principal foco de sua estratégia de reflorestamento na América Latina, para a qual busca levantar US$ 1 bilhão em cinco anos. O país reúne vantagens competitivas no segmento, além de uma grande quantidade de áreas degradadas ou gerenciadas de forma não sustentável, diz Gerrity Lansing, diretor do grupo. De acordo com ele, a mudança de governo também contribui para a atração de capital estrangeiro, sobretudo europeu, para os investimentos na área no país.

Há uma percepção de que o Brasil está mais aberto a interagir, em um cenário global, de uma forma que talvez não estivesse antes. Parece que há um interesse maior, especialmente do investidor europeu, no país desde as eleições”, diz Lansing em entrevista ao Valor.

Um dos maiores gestores de ativos florestais do mundo, o TIG reúne US$ 5,6 bilhões em ativos florestais e 3 milhões de acres (1,2 milhão de hectares) sob gestão nos Estados Unidos e na América Latina. Cerca de um terço desse volume está no Brasil. São 23 escritórios no mundo e 11 deles ficam no país.

No fim de abril, a Casa Branca informou que a Development Finance Corporation (DFC), agência do governo dos Estados Unidos, está trabalhando na liberação de empréstimo de US$ 50 milhões para a estratégia de reflorestamento coordenada pelo TIG. O anúncio foi feito durante o Fórum das Principais Economias sobre Energia e Mudanças Climática, convocado pelo presidente Joe Biden.

Interesse do investidor europeu pelo Brasil cresceu diz TIG do BTG
Unsplash

O BTG não detalhou os próximos passos até que os recursos sejam, de fato, liberados, mas, de acordo com Mark Wishnie, diretor de sustentabilidade do TIG, a expectativa é a de que o processo seja concluído no quarto trimestre deste ano.

A estratégia de reflorestamento da empresa, iniciada há cerca de dois anos, consiste basicamente na busca por áreas de gado degradadas ou com manejo não sustentável para reflorestamento e para transformação em florestas comerciais. O objetivo é que metade do portfólio seja formado por floresta natural. Com a estratégia, afirma Lansing, a empresa espera ter o retorno da terra, mas também remover CO2 da atmosfera e gerar impacto social, via, por exemplo, criação de emprego…. leia mais em Valor Econômico 24/05/2023