O segundo trimestre deste ano foi um momento de virada para os investimentos de private equity e venture capital no Brasil, após um primeiro trimestre de baixa, conforme um relatório da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e da TTR Data.

As aplicações em private equity, venture capital e corporate venture capital alcançaram R$ 6,47 bilhões de abril a junho, alta de 23,2% em comparação ao primeiro trimestre.

O private equity e o venture capital são ativos alternativos, que investem em companhias pequenas e médias com alto potencial de crescimento e rentabilidade. As empresas ainda não estrearam na bolsa, mas podem estrear um dia. No primeiro semestre, as incertezas com a política econômica, a inflação alta e a falta de indicação sobre corte dos juros deixaram os investidores em compasso de espera, mas agora o ambiente mudou.

Na comparação com o segundo trimestre de 2022, os investimentos em privite equity avançaram 7%, de R$ 4,2 bilhões para R$ 4,5 bilhões. Já o venture capital registrou baixa de 79%, de R$ 6,16 bilhões para R$ 1,29 bilhão. Em corporate venture capital, a diminuição foi de 36,4%, de R$ 1,07 bilhão para R$ 680 milhões.

Os dados do primeiro trimestre foram revisados, já que algumas rodadas que aconteceram entre janeiro e março se tornaram públicas após o relatório ser finalizado, de acordo com as entidades.

Começo da retomada

Priscila Rodrigues, presidente da ABVCAP, afirma que os números do 2º trimestre apontam o começo do que pode ser um ciclo de retomada dos investimentos do setor após um período de baixa. “Mas ainda temos um longo caminho a ser percorrido, com desafios de regulação para a indústria e incertezas econômicas que permanecem em alguns setores”, diz.

Ela acrescenta que, para a indústria de private equity e venture capital, é importante avançar nas discussões sobre o tratamento tributário que, atualmente, diferencia os investidores dos FIPs (Fundo de Investimento em Participação) e os acionistas da bolsa.

“Há uma assimetria e já existem propostas, inclusive no Congresso, que, se aprovadas, certamente trarão mais segurança jurídica aos investidores e podem ampliar os aportes no país”, afirma. Uma das propostas é o Projeto de Lei (PL) 4188/2021, aprovado na Câmara em junho de 2022 e ainda sem apreciação pelo Senado… saiba mais em Valor Investe 31/07/2023