O ritmo de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) envolvendo shopping centers ganha força no mercado. Novo concorrentes, os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) do setor, em plena recuperação, assumem papel relevante nas transações. Na primeira metade do ano, o FII Vinci Shopping Centers, por exemplo, assinou compromisso para a venda de participação em três complexos em um negócio avaliado em R$ 297,5 milhões. Os fundos, que responderam por 3% das captações em 2022, subiram para 7% neste primeiro semestre, segundo levantamento da gestora de recursos Hedge Investments.

Com a expectativa da queda dos juros, os fundos de investimentos estão voltando a captar, o que significa que terão dinheiro em caixa para aquisição de imóveis. Com isso, novas transações devem surgir”, afirma Raphael Moreira Espírito Santo, sócio da área de direito imobiliário do Veirano Advogados. Investidores institucionais e pessoas físicas, ressalta, estão entre os maiores interessados na área de shoppings.

A tração das operações deverá ganhar ainda mais robustez a partir do segundo semestre, dadas as condições econômicas favoráveis, segundo Juliano Zorzi, head das áreas de direito imobiliário e ambiental do Mello Torres Advogados. “Superado o período crítico da pandemia, as fusões e aquisições no setor continuam em alta, impulsionadas por estratégias de expansão, perspectiva de redução da taxa Selic e aumento do consumo”, afirma.

Mercado espera mais fusões e aquisições no setor
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Os tradicionais compradores – grupos fortes do segmento – terão que disputar daqui para frente com os fundos de investimentos. “Nos últimos anos, os fundos de investimentos imobiliários focados em shopping centers, como o HSI Malls, o BTG Pactual Shoppings, o Hedge Brasil Shopping e o XP Malls, registraram vários negócios”, reforça Patriccia Maestra, advogada de consultivo imobiliário do Mello Torres.

Enquanto em 2022 os M&A se caracterizavam mais por um movimento atrelado à necessidade de os grupos reduzirem alavancagem e pelo surgimento de compras de oportunidade, agora são impulsionadas pela perspectiva de retomada da economia. Com vendas minguadas e público reduzido em 2020 e em 2021. a vacância média nos shoppings chegou a passar a marca de 10%. Esse cenário favoreceu a consolidação, que no ano passado, registrou oito negócios contra cinco, em 2021, de acordo com dados da KPMG…. leia mais em Valor Econômico 10/08/2023