Para levar a operação da UHG no Brasil, que inclui a operadora Amil e a rede de hospitais Americas, José Seripieri Filho assinou um contrato que até seus assessores consideraram leonino. A tal “porteira fechada” de que tanto se falou nos últimos dias prevê que qualquer surpresa – incluindo uma multa nova por infração cometida há três anos, por exemplo, ou qualquer outra notificação retroativa – é problema do novo dono.

Há uma única exceção no contrato, para caso de fraude comprovada. Fora isso, os americanos não querem mais ouvir falar do mercado brasileiro. “É porteira lacrada”, diz um executivo que participou do processo. Foram essas condições que Nelson Tanure e Bain Capital rechaçaram.

Na Amil mato alto e contrato leonino

Mas Júnior confia que tem muito mato alto para cortar, mesmo com o risco de qualquer nova fatura. Não passou batido a seu grupo de apoio, por exemplo, que a Amil, em prejuízo há anos, tenha levado seus vendedores para uma festança em Cartagena, na Colômbia, há dois meses. A empresa tem cerca de R$ 5 bilhões de débitos fiscais – mas quase R$ 9 bi em créditos fiscais pelos prejuízos acumulados. Num negócio cheio de pepinos, o grupo estava há meses sem chefe no jurídico. Na Americas, que repentinamente demitiu toda a diretoria em meados deste ano, há um mapeamento de ativos para vender.

Num email aos funcionários, a presidente da UHG para mercados internacionais, Mary Murley, disse que “o futuro da empresa e todos os seus stakeholders será melhor atendido por um acionista local, com grande conhecimento do setor de saúde no Brasil.” O comprador vai pagar R$ 2 bilhões à UHG e ficar com um passivo de quase R$ 10 bilhões… leia mais em Pipeline 26/12/023