Ao longo de mais de 30 anos de história, o Pátria Investimentos construiu a maior gestora de ativos alternativos da América Latina, com US$ 27,2 bilhões sob gestão.

Agora, a meta do Pátria, que abriu o capital na Nasdaq, em janeiro de 2021, é quase dobrar os ativos sob gestão para US$ 50 bilhões até 2025, uma ambição nada fácil em um cenário nebuloso para investimentos ilíquidos com o aumento global de juros.

E como fazer isso em tão pouco tempo? A resposta de Daniel Sorrentino, sócio e country manager do Brasil do Pátria Investimentos, dá o tom da estratégia. Em especial, no Brasil.

“Temos as nossas fortalezas e gostamos de investir em setores que são a China dentro do Brasil”, diz Sorrentino, em entrevista ao programa Café com Investidor, do NeoFeed. “São setores que crescem acima do PIB e vão muito além das tendências macroeconômicas.”

Rumo a US$ 50 bilhões Pátria busca por setores que são a “China dentro do Brasil
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Pode parecer frase de efeito. E não deixa de ser. Mas os setores aos quais Sorrentino se refere são os de saúde, alimentos e bebidas, energia (em especial renovável), agronegócio e tecnologia em private equity. Em growth, o apetite do Pátria está em logística e distribuição, bem como em real estate.

A busca é por achar empresas que podem crescer de forma acelerada sem serem afetadas pelo cenário econômico. “O envelhecimento da população brasileira é uma tendência, não importa o governo e o que está acontecendo na economia”, afirma Sorrentino.

Um exemplo desse posicionamento é o investimento na Athena Saúde, um grupo privado com 1,1 milhão de beneficiários de planos médicos e odontológicos em especial no Nordeste e Sul.

No total, são mais de 50 empresas que fazem parte do portfólio do Pátria, que tem ativos em vários países da América Latina. A lista de investidas inclui nomes como LAP (energia), Winity (telecomunicações), Natulab (farmacêutica), Açaí Frooty (alimentos) e ParaBem (transporte).

Um dos mais recentes investimentos é na Élis Energia, plataforma de energia dedicada a projetos solares de geração distribuída, que recebeu um aporte de US$ 120 milhões. O plano é construir entre 35 e 40 usinas solares de pequeno porte até 2024, alcançando uma capacidade instalada de cerca de 200 megawatts-pico (MWp).

A abordagem não é apenas setorial. O Pátria está também diversificando as classes de ativos nas quais atua. Além do private equity (no qual tem mais de US$ 10 bilhões sob gestão) e PIPEs (onde mantém fatias minoritárias em companhias abertas), a gestora entrou em venture capital e reforçou a área de fundos imobiliários.

O primeiro movimento foi com a compra de uma fatia minoritária da Kamaroopin, trazendo para dentro o portfólio empresas como dr.consulta, Petlove e Zenklub, além da experiência de Pedro de Andrade Faria, um investidor formado na gestora Tarpon.

A movimentação mais recente foi a aquisição da Igah Ventures, a gestora de venture capital de Pedro Sirotsky Melzer, que foi comprada pelo Pátria no ano passado. Ao mesmo tempo, o Pátria vai ajudar a empresa a captar seu quarto fundo de US$ 300 milhões..”… leia mais em NeoFeed 15/02/2023