Após um período de poucos movimentos entre as empresas, 2024 se mostra um período potencial para fusões e aquisições. Nesta quarta-feira (21) a Zamp, controladora do Burger King e Popeyes no Brasil, confirmou que negocia com a Starbucks Corporation para direito de exploração da marca e operações no Brasil.

As negociações prometem movimentar bilhões de reais ao longo deste ano dar um folêgo às empresas com injeção de capital estrangeiro e nacional.

Empresas das áreas de produção e distribuição de energia, indústria de cimentos e as redes de produtos para animais de estimação devem movimentar as fusões e aquisições deste ano. Veja a seguir os M&As aguardados para este ano:

Saiba quais são as fusões e aquisições mais aguardadas de 2024

Venda da participação da Novonor Braskem

A segunda tentativa de venda do controle da Braskem pela Novonor (antiga Odebrecht) pode estar perto de iniciar uma nova etapa. . Os dois processos de auditoria prévia (“due diligence”) em curso na petroquímica, um conduzido pela Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) e outro pela Petrobras, devem ser concluídos ao longo do mês de março. Com o fim dessa fase, a Adnoc, que fez uma proposta de R$ 10,5 bilhões pela fatia da Novonor, decidirá se segue em frente no processo, mediante a apresentação de uma oferta agora vinculante (com compromisso de compra).

InterCement coloca operações do Brasil e Argentina à venda

A InterCement, controlada pela holding Mover (ex-Camargo Corrêa), tenta vender ou encontrar um sócio relevante para sua operação de cimento no Brasil e para a parte (52%) que possui na argentina Loma Negra. A companhia tem dívidas de US$ 1,8 bilhão e passa por reestruturação financeira. A CSN Cimentos é uma das interessadas, e já tentou comprar o negócio no passado. A VC também tem interesse na InterCement, mas só por parte dos ativos fatiados, já que teria problemas com o Cade. Outra opção é a venda da InterCement para o grupo chinês Huaxin Cement, que já demonstrou interesse no negócio.

Fusão de Eneva e Vibra

Há meses as empresas da área de energia estudam uma fusão. Proposta de novembro previa que cada companhia ficaria com 50% do controle do negócio após a fusão. No entanto, os acionistas da Vibra recusaram os termos do acordo e esperam uma relação de troca de ações mais vantajosa. À época o Goldman Sachs destacou a diferença na alavancagem entre as companhias ao passo que a Eneva apresentava uma relação de 4,2 vezes a dívida líquida sobre Ebitda, enquanto a alavancagem da Vibra estava em 1,9 vezes. Outro ponto de atenção para os acionistas da Vibra são termelétricas a carvão e óleo presentes no portfólio da Eneva, o que vai na contramão da transição energética. Após recusa, a expectativa é que a Eneva faça uma nova investida com melhores condições.

EDP coloca hidrelétricas do Amapá à venda

A companhia portuguesa EDP está aberta a ofertas para as hidrelétricas de Santo Antônio do Jari e Cachoeira Caldeirão, localizadas no estado do Amapá, que juntas têm capacidade de produção de cerca de 600 megawatts. A canadense CDPQ (Caisse de Dépôt et Placement du Québec) chegou a apresentar ofertas, mas a negociação fracassou. O Bradesco BBI foi contratado para assessorar a transação das usinas.

Eletrobras negocia venda de usinas térmicas

As companhias Âmbar e Eneva disputam usinas térmicas da Eletrobras. Com um negócio estimado entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões, as empresas competem por um portfólio que integra as termelétricas de Mauá 3, Aparecida, Santa Cruz, conjunto do Complexo Interior (Anamã, Caapiranga, Codajás e Anori), além dos direitos de reversão, em 2025, do Complexo PIEs (Cristiano Rocha, Tambaqui, Manauara, Ponta Negra e Jaraqui) e o projeto de Rio Negro. A Âmbar vem de um processo de aquisições recentes como a Fluxus, de Ricardo Savini, e 81,82% da termelétrica a gás natural Araucária (Uega) por R$ 320,7 milhões, da Copel. Enquanto a Eneva apresenta uma alavancagem de 4,22 vezes da relação dívida líquida/Ebitda no terceiro trimestre de 2022 e com a incorporação da Focus por R$ 936 milhões, a compra da Celse por R$ 6,1 bilhões, além da aquisição da Termofortaleza por R$ 489,8 milhões. O banco americano Morgan Stanley foi contratado no ano passado para estruturar o processo de venda.

Comerc

A Comerc Energia colocou à venda o complexo solar de Hélio Vagas, em Minas Gerais, após inaugurar a unidade em 2023. Com mais de 1,2 milhão de módulos fotovoltaicos, o complexo é a quinta maior usina solar do país com potencial instalado de 662 MWp. A empresa controlada pela Vibra visa reciclar o capital para aplicar em outros segmentos de atuação. No último mês de dezembro a Comerc contratou os bancos BTG Pactual e o Itaú BBA para buscarem possíveis interessados.

Fusão Cobasi e Petz

As redes de produtos de animais de estimação Petz e Cobasi ensaiam uma negociação há meses. Com cerca de 200 lojas cada, e faturamentos acima da casa dos R$ 2,5 bilhões, a união entre as empresas tem o potencial de criar uma gigante no segmento. De acordo com fontes próximas das companhias, a Petz é assessorada pelo Itaú BBA e a Cobasi está com o Morgan Stanley… leia mais em Valor Econômico 21/02/2024