As ações da Vivara derretem no pregão desta segunda (18), seguinte ao anúncio da companhia sobre a volta do fundador, Nelson Kaufman, ao cargo de diretor-presidente. A decisão se seguiu à saída de Paulo Kruglensky, que renunciou à posição, de acordo com o comunicado. Pego de surpresa, o mercado entendeu que queestões de governaça foram postas em xeque no movimento da empresa, assim, o papel derreteu 14,03%, até os R$ 26,41, entre as maiores desvalorizações da B3 no dia.

O volume de negociações de R$ 840,1 milhões é o maior na história da Vivara e 20 vezes superior ao registrado no pregão anterior, de sexta-feira. Os papéis ainda tiveram o terceiro maior volume de negociações da bolsa na sessão de hoje, somente atrás de Petrobras e Vale.

No mesmo horário, o volume de negociações já estava em R$ 588,4 milhões já é quase 15 vezes maior do que no último pregão. Já é o terceiro maior giro de papéis na sessão, somente atrás de Petrobras e Vale, e o maior volume na história da Vivara.

O conselho da Vivara comunicou na noite da última sexta a eleição de Kaufman, fundador e maior acionista da companhia. Kaufman volta ao comando da empresa 13 anos depois de deixar o cargo.

Em entrevista ao Pipeline, site de negócios do Valor, Kaufman disse que seu retorno é para levar a rentável companhia à próxima fase de expansão, visando o mercado internacional.

O tema já vinha sendo discutido no grupo de controle composto por membros da família. O entendimento é que a empresa ganhou maturidade para isso e que o fundador é o melhor nome para dar velocidade a essa etapa.

Para os analistas Joseph Giordano, Guilherme Vilela e Nicolas Larrain, do J.P. Morgan, a mudança inesperada causa um ruído desnecessário em uma das empresas de melhor execução da bolsa e levanta questões envolvendo sua governança.

O banco americano diz que a mudança de estratégia, saindo da bem sucedida expansão da marca Life e da integração de canais de venda, visando internacionalização, pode causar problemas na trajetória de crescimento da empresa.

Já os analistas da XP entendem que, embora Kaufman tenha reiterado na teleconferência de hoje que não deve fazer nada que afete o negócio, são esperadas mudanças estratégicas.

“Na nossa opinião, a reação negativa da ação reflete o aumento da incerteza em torno dos próximos passos da empresa, embora mantenhamos a nossa compra, uma vez que a dinâmica dos resultados deve permanecer sólida, enquanto o senhor Nelson [Kaufman] tem uma sólida experiência no negócio”, escrevem os analistas de varejo da XP liderados por Danniela Eiger… leia mais em Valor Investe 18/03/2024