Uma transação que aconteceu semana passada nos Estados Unidos mostra o poder e a promessa de uma tecnologia de ponta que pode ser um game changer na luta contra o câncer.

A Caribou Biosciences — que tem dois clinical trials em fase inicial que usam a tecnologia CRISPR para combater o câncer — recebeu na quinta-feira um investimento de US$ 25 milhões da Pfizer, que ficou com 7% da empresa em troca do direito de licenciar um dos tratamentos caso ele funcione.

A Pfizer comprou 4,7 milhões de ações a US$ 5,33 cada — um prêmio de cerca de 30% em relação ao fechamento do dia anterior.

A ação da pequena biotech, que estava largada na Nasdaq, subiu 78% em dois dias com a notícia.

O investimento da Pfizer mostra que a gigante farmacêutica está atenta ao potencial da chamada ‘edição de genes’ no tratamento de doenças — uma técnica descoberta na década de 1980 mas que só se tornou mais acessível recentemente com o surgimento da tecnologia CRISPR.

A biotech que atraiu a Pfizer com a promessa da cura do câncer

Para se ter uma ideia, com a tecnologia anterior — conhecida como ‘Zinc-Finger Nuclease’ — o custo para editar um ‘base pair’ de DNA girava em torno de US$ 5,5 mil em 2013. Com a CRISPR, esse custo hoje é de US$ 30.

Basicamente, a CRISPR é uma técnica de edição dos genes que permite reprogramar as mutações do DNA, corrigindo problemas.

O potencial disso é transformacional. Hoje, apenas 5% das doenças causadas por mutações monogênicas têm cura. Com a edição de genes, potencialmente todas essas doenças poderiam ser curadas a um custo relativamente baixo.

Cathie Wood, a fundadora da Ark Invest, especializada em inovação, estima que só esse mercado pode movimentar US$ 2 trilhões … leia mais em Brazil Journal 09/07/2023