Shein mira valuation de até US$ 90 bi em IPO
A varejista chinesa Shein tem dito a investidores que vai buscar um valuation de US$ 80 bilhões a US$ 90 bilhões no IPO para o qual está se preparando nos Estados Unidos, segundo informações da Bloomberg.
O valor pretendido supera o que a empresa alcançou em rodada privada no início do ano, que avaliou o negócio em US$ 64 bilhões e teve a participação do Mubadala, mas ficaria abaixo do patamar de US$ 100 bilhões que chegou a ter no início de 2022, antes da onda de remarcações para baixo em startups provocada pela crise de liquidez global no mercado.
A Shein protocolou o pedido para o IPO em junho deste ano, mas ainda não há uma previsão de quando a abertura de capital ocorrerá. O mercado americano deu alguns sinais de retomada do apetite nos últimos meses, com a realização de ofertas como as de Arm e Instacart, mas o estouro do conflito entre Israel e Hamas resgatou alguma cautela.
Para fortalecer a sua tese, a Shein já chegou a dizer a investidores, em uma apresentação no início do ano à qual o Financial Times teve acesso, que previa atingir uma receita de US$ 58,5 bilhões em 2025, o dobro do patamar atingido no ano passado. Isso superaria as vendas anuais das gigantes varejistas H&M e Zara.
Fundada na China há mais de uma década, a Shein também tem feito sucesso entre consumidores brasileiros, com a aposta em um modelo de preços mais baixos e entregas rápidas, tornando-se um concorrente incômodo para marcas como Zara e Renner.
Para ser ainda mais competitiva, a companhia tem feito parcerias com fábricas locais para terceirizar a produção e estar mais próxima do público. A ideia é operar nesse esquema com cerca de 2 mil unidades de produção no Brasil. Além disso, a Shein se vale da análise de dados para prever a procura dos clientes e produzir pequenos lotes de roupa para manter baixos os custos de inventário.
Como parte de um plano de expansão pelo mundo, a Shein promoveu no mês passado o executivo boliviano Marcelo Claure, até então chefe da varejista na América Latina e baseado no Brasil, para ser vice-presidente de expansão global e realizar em outros países e o que fez no mercado brasileiro. O executivo agora está baseado em Nova York… leia mais em Pipeline 07/11/2023