A Compass, empresa de distribuição de gás e infraestrutura da Cosan, pode ser uma das primeiras companhias a reinaugurar a temporada de IPOs no Brasil – uma estreia não acontece em bolsa brasileira desde dezembro de 2021, quando o Nubank fez dupla listagem.

A empresa fez um non-deal roadshow com os investidores nas últimas semanas, apurou o Pipeline, para sondar o potencial interesse do mercado para uma oferta de ações, avançando no plano da Cosan de ter as quatro controladas do grupo listadas (Raízen e Rumo já estão na bolsa, e Moove também por vir).

Inicialmente, a companhia planeja levantar cerca de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões. Num relatório sobre as companhias da Cosan, o UBS-BB aponta que, considerando apenas o valuation no aporte privado feito em 2021, o valor de mercado da Compass seria de R$ 18,75 bilhões. Mas, como desde então a empresa avançou em várias frentes, o banco avalia a posição de 88% da Cosan na companhia em R$ 22 bilhões, considerando o valor da empresa de R$ 25 bilhões.

No grupo Cosan IPO da Compass e follow-on da Rumo estão no forno

Outra movimentação das controladas da Cosan esperada pelo mercado é a oferta subsequente de ações da empresa de logística Rumo . Ainda não há sindicato formado, mas já houve sondagem com investidores e a operação deve ter volume relevante, disseram três fontes. Em assembleia realizada em 19 de julho para aprovar a cisão parcial da Malha Norte, com a transferência de suas participações em três terminais para a Rumo, foi autorizado um aumento de capital de até R$ 3,5 bilhões da Rumo – o que dá uma indicação do patamar que a companhia pode buscar num follow-on, diz um executivo.

A Compass chegou a pedir registro para um IPO em 2020, mas acabou cancelando a operação devido à deterioração das condições de mercado. Em transações privadas, vendeu participação minoritária a investidores como Atmos e Prisma.

Agora, com a expectativa de queda da taxa básica de juros e aprovação do arcabouço fiscal e tributário no Congresso, bancos acreditam no aumento das ofertas de ações no segundo semestre, mas a preferência é por empresas maiores e maduras, cujas ofertas sejam superiores ao patamar de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão, para atrair a participação de investidores estrangeiros.

A Compass atua na área de distribuição de gás, que inclui a operação da Comgás e a participação em mais de uma dezena de distribuidoras de gás natural por meio da Commit Gás, joint venture em que detém 51% de participação e a Mitsui tem 49%. Quando a Commit comprou o controle da Gaspetro das mãos da Petrobras, assumiu o compromisso com o Cade de vender 12 das 18 concessionárias de gás em que a holding tinha participação, o que ainda não foi feito.

Segundo fonte do setor, ainda há expectativa na companhia de que o Cade reveja essa determinação, uma vez que se trata de negócio regulado, cujo excedente é repassado ao consumidor. Desatar esse ponto antes do IPO seria conveniente, diz esse executivo. Oficialmente, diante de críticas de concorrentes de que estaria protelando as vendas, a empresa já disse que o plano de desinvestimento se mantém.

A Compass também possui um Terminal de Regaseificação de GNL no porto de Santos, que tem previsão de início de operação neste segundo semestre. Tem ainda projetos que foram propostos na primeira tentativa de IPO, que incluem comercialização de energia, Rota 4 (de gasoduto) e de geração de energia térmica, aponta … leia mais em Pipeline 26/07/2023