Um quinto das cerca de 90 empresas que tentaram abrir capital na bolsa brasileira entre 2021 e 2022 e tiveram seus planos frustrados está em processo de reestruturação de dívidas, segundo levantamento realizado pelo Valor. Esse retrato reflete um cenário de aperto monetário que fez desandar a situação financeira de muitas empresas, contexto piorado diante de um mercado de capitais que se tornou muito mais restrito neste ano, não só em renda variável, mas também em de renda fixa, com os eventos de corporativos de Americanas e Light.

Dentre as empresas que buscaram capital na bolsa, mas não conseguiram ir adiante, estão nomes como a varejista de móveis e itens de decoração Tok&Stok, a cimenteira InterCement, a indústria química Unigel e a Rio Branco Alimentos, dona da marca Pif Paf. Todos esses são exemplos de companhias que agora estão com processos formais de reestruturação de dívidas. Um caso mais extremo é o da a Método Engenharia, que não conseguiu estrear na B3 e, diante de dificuldades financeiras, entrou em recuperação judicial.

Levantamento feito pelo Valor mostra que ao menos 16 empresas das 86 empresas que fizeram registro de pedido de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês), mas não seguiram em frente com esses processos e pediram cancelamento das operações, fizeram ou estão conduzindo nos últimos meses movimentos para estruturar capital, venda ou fusão de ativos, Juntas, essas companhias acumulam uma dívida líquida de R$ 28 bilhões.

Reestruturação atinge 20% das empresas que desistiram de IPO
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“Já era esperado que muitas empresas que desistiram de fazer IPO pudessem estar enfrentando dificuldades financeiras neste momento”, diz … leia mais em Valor Econômico 27/06/2023