Em um ano de queda de valuations e com o mercado de tecnologia tomado por uma atitude de mais conservadorismo das gestoras de venture capital, a KPTL vai encerrar 2022 investindo 50% mais do que no ano passado. “Não foi um ano excelente e dos melhores que a gente viveu”, diz Renato Ramalho. CEO e sócio da gestora. “Mas também está longe de ser um ano ruim como foi a catástrofe de 2008.”

Este resultado foi alcançado a partir de três novos aportes de follow ons que foram assinados entre o fim de novembro e o começo de dezembro e que foram anunciados agora pela gestora, fruto da fusão de A5 Capital Partners e a Inseed Investimentos e que conta com mais de R$ 1 bilhão de ativos sob gestão.

O “pacotão de Natal” totalizou R$ 12,7 milhões investidos nessas três startups. Uma delas é a Ativa Soluções, que atua com negócios ligados com internet das coisas. A outra é a Preâmbulo Tech, que tem um sistema de gestão voltado para o setor judiciário. E, por fim, na Mereo, dona de uma ferramenta de gestão para RH.

As operações foram feitas usando os recursos do Criatec 3, um dos dez fundos geridos pela gestora e que tem como investidores o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e outros bancos regionais de fomento. Lançado em 2014, o fundo já está com 95% de seu capital de R$ 217,5 milhões alocado.

Com um R$ 1 bilhão sob gestão KPTL aumenta aportes
Pixabay

A tese do Criatec 3 é investir em empresas de áreas como tecnologia da informação e comunicação, agronegócio, nanotecnologia, biotecnologia e novos materiais. “Não é um portfólio só de bananas, mas uma salada de frutas”, diz Ramalho.

Da trinca de follow ons, o valor mais mais alto foi aportado na Ativa Soluções e correspondeu a R$ 5,7 milhões. A startup mineira entrou no portfólio da KPTL em 2020, quando recebeu R$ 4,3 milhões para impulsionar seu negócio de pesquisa, desenvolvimento e comércio de equipamentos e soluções ligadas a internet das coisas.

Para 2023, a Ativa pretende ampliar o escopo de serviços. “Vamos usar este dinheiro para investir em uma nova frente, que é a ciência de dados”, diz Edson Rennó, fundador e CEO da startup. A expectativa para 2023 é aumentar a receita de R$ 40 milhões para R$ 100 milhões.

Na Mereo, startup que tem uma plataforma de gestão voltada para RH e já usada por mais de 200 empresas, a KPTL está repetindo o aporte de R$ 3 milhões. Em 2021, a HRtech levantou R$ 5 milhões em rodada que contou com a participação da Cedro Capital.

O novo investimento será alocado em marketing e vendas e servirá também para reforçar o caixa da empresa, que foi impactado pela aquisição da concorrente Vaipe, em junho deste ano. “Uma parte do capital inicial serviu para a aquisição e agora estamos reforçando a estratégia com o follow on”, afirma Ivan Cruz, cofundador da Mereo.

O aporte na Preâmbulo Tech, por sua vez, foi de R$ 4 milhões. O valor é maior do que os R$ 3 milhões investidos anteriormente pela gestora no negócio. Fundada em 1988, a startup curitibana tem como seu principal produto um sistema de gestão voltado para o setor judiciário.

A plataforma que opera em modelo SaaS já foi utilizada por mais de 30 mil usuários e a companhia atualmente conta com mais de 6 mil clientes no Brasil. O novo capital vai ajudar a escalar a operação com investidores em pesquisa e desenvolvimento e na plataforma de geração de documentos por entrevista guiada. Também há planos para o investimento em novas verticais, mas que ainda seguem em sigilo… leia mais em NeoFeed 19/12/2022