Em um cenário de alta da inteligência artificial generativa, hoje, a maior dificuldade das startups brasileiras que fazem parte do nicho é ganhar escala: 55% delas possuem até 15 funcionários e 38% nunca receberam uma rodada de investimento.

É o que aponta um novo relatório da Google for Startups, que entrevistou fundadores de startups, formadores de opinião de GenAI e gestores de capital de risco para compreender a dimensão do mercado no Brasil, seus principais obstáculos e sua posição frente a outros países.

A pesquisa indica ainda que 29% das empresas entrevistadas estão em fase de pré-seed, enquanto apenas 13% estão em fase seed, ambas as fases muito iniciais na caminhada de receber investimentos.

Do total, 35% esperam uma maior facilitação para rodadas de financiamento, visto que, em 2022, as Venture Capitals investiram apenas 0,1% do PIB da América Latina nelas.

Além disso, 38% esperam maiores investimentos privados e 46% acreditam que a maior dificuldade está em angariar investimentos públicos. Para 46%, a falta de investimento público impacta negativamente o futuro da inovação no Brasil.

Entre outros desafios que impedem as startups de GenAI de crescer no país, está o fato de que 22% delas ainda não conseguem quantificar e mensurar os resultados do uso de sua tecnologia.

Como resultado disso, 63% das entrevistadas afirmam que ainda não possuem estratégias centralizadas de curto e longo prazo para desenvolver o uso da GenAI na empresa ou em seu produto ou serviço, e 25% dizem que não possuem orçamento específico para o uso e desenvolvimento da tecnologia.

Outro reflexo deste problema é que, por enquanto, os principais casos de uso da tecnologia seguem sendo simples: 62% se concentra no resumo de informações de várias fontes; 57% na criação de listas de fontes de dados a partir de uma interação anterior; e 54% na criação de recomendações para atividades de acompanhamento.

Suas soluções, por sua vez, seguem, em sua maioria, focadas no setor B2B (71%), fazendo com que o conhecimento mainstream sobre a tecnologia fique restrito apenas aos grandes produtos voltados ao consumidor, como o ChatGPT e Gemini.

Nesse recorte, apenas 19% das empresas têm como foco produtos B2BC, 5% em B2C e 2% em B2G. O restante se especializa em outros segmentos.

É possível constatar, então, que, apesar de grande parte das discussões girarem em torno de grandes players que desenvolvem IA para o consumidor, a inteligência artificial generativa está sendo construída, no geral, por startups pequenas que servem a diferentes negócios.

Para 37% dos empreendedores, suas equipes enxutas poderiam ser solucionadas com a evolução do ensino básico para desenvolver raciocínio lógico no Brasil, enquanto 38% acredita que a evolução do ensino superior seria ideal para preparar profissionais de GenAI no país.

De acordo com a pesquisa, demais desafios envolvem o controle de privacidade de dados, que é essencial para atrair investimentos e escalonar os negócios, já que o retorno sobre os investimentos na segurança é de 2,8x nas empresas brasileiras.

Para solucionar esses impasses, a Google for Startups sugere a necessidade da adoção de ferramentas que facilitem a adoção da tecnologia por empresas em diferentes estágios, a orientação sobre os melhores casos de uso, o incentivo a investimentos, a proteção de dados, e a democratização do conhecimento tecnológico… leia mais em Baguete 25/06/2024