O Distrito divulgou o Inside HealthTech Report expondo a retrospectiva 2021 e as tendências para este ano do setor. No balanço nacional feito pelo estudo, foram registrados o crescimento de 357 stratups de dezembro de 2021 a dezembro de 2021, com o healthtech em quarto lugar no número de startups por setor, ficando atrás apenas das fintechs, retailchtech e martechs.

Dentre a categoria, Gestão e PEP, Acesso à saúde e Telemedicina são as com maior representatividade e, em relação ao público, 46,4% tem foco B2B, prestando serviço para outras empresas. Além de um investimento de R$ 530,6 milhões, registrando crescimento de 402%.

Nas tendências para 2022, aparecem Novo normal para a telemedicina, Dinâmica de mercado mais intensa entre técnico e mercado tradicional, LGPD e segurança de dados e Open Health.

Na telemedicina, apesar do avanço não ser tão agressivo quanto em 2020 e 2021, a tendência é que a utilização de teleconsultas se estabilize como atividade cotidiana em caráter complementar e com isso, os níveis de serviços prestados pelas empresas vão ficar mais robustos e complexos e os mercados em contínuo crescimento.

“A telemedicina está ainda no começo do tamanho do impacto que vai ter na saúde, em geral. Hoje, praticamente, todos os convênios médicos já usam telemedicina por vários motivos, entre eles o menor custo. O atendimento virtual evita que o paciente vá a uma clínica ou hospital, evitando também uma série de atendimentos que têm custo maior nas estruturas físicas. Alguns convênios já têm dados que mostram que 80% dos casos são resolvidos sem a necessidade de atendimento presencial. Então essa é uma tendência que vai integrar qualquer tipo de tratamento de saúde. Esse hábito de ir direto a uma clínica quando passar mal tende a cair ao longo do tempo com o uso da telemedicina, então é uma tecnologia que ainda vai avançar muito. É uma tendência que deve permanecer durante alguns anos”, afirma Gustavo Araujo, cofundador e CRO do Distrito.

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4 tendências de healthtech para 2022

Já a dinâmica de mercado mais intensa entre técnico e mercado tradicional aborda o fato de que planos de saúde digitais, softwares de gestão e prontuário, inteligência artificial & big data foram os segmentos que mais receberam aporte de capital de risco em 2021, e com isso, essas stratups começam a ganhar cada vez mais tração e espaço no mercado. Araujo comenta que a concorrência entre healthtechs e convênios de saúde incumbentes deve aumentar.

“É um ambiente competitivo assim como vimos em meios de pagamento, com Cielo e Rede, por exemplo, e depois vimos com bancos, com o surgimento de bancos digitais como Neon, Nubank e Inter competindo com bancos tradicionais. Em saúde, esperamos o mesmo movimento, e as healthtechs vão começar a incomodar mais o mercado tradicional. As startups já estão em série B ou série C, captando uma grande quantidade de dinheiro, e vão começar a disputar mais o mercado. Essa competição deve se acirrar mais daqui para frente. A gente espera para a saúde algo similar ao que aconteceu com as fintechs”, revela.

Com relação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e à segurança de dados, desde agosto do ano passado, com a nova lei, os sistemas de informação de saúde estão implementando as mudanças necessárias, as quais devem ganhar força este ano. O executivo reforça que essa é uma tendência não só da saúde, mas do mercado geral, pois existe uma preocupação muito grande em relação a segurança dos dados. “Estimativas de custo de dado apontam que dados de saúde são uns dos mais caros, com mais valor. No mercado, ele vale mais até do que o dado financeiro, por exemplo. Há uma grande necessidade de proteger esse dado, de se adequar em relação à privacidade, sendo portanto uma tendência que deve permanecer por alguns anos”, diz.

Por fim, o Open Health está ligado ao projeto de lei 3.814/jn2020 aprovado no Senado que diz respeito à plataforma integrada pelo SUS com os dados dos pacientes da rede pública e particular, e ao ConectSUS. Araujo diz que o Open Health é uma tendência muito pedida pelo mercado, de maneira geral, pois é demanda de todos os players do setor, de hospitais e convênios a empresas de logística e farmacêuticas, porque é o que vai garantir a interoperabilidade entre os diversos players. “Como paciente, você não consegue tirar facilmente seu histórico de saúde de um hospital e levar a outro, ou seu histórico de exames de um laboratório a outro. Os dados ficam represados nas empresas. Com o Open Health, por meio de um prontuário eletrônico universal do próprio SUS, vai haver a conexão dos dados dos pacientes em uma central única, tanto de empresas de saúde públicas quanto privadas. Isso é transformacional porque pavimenta a possibilidade de escolher entre os players de saúde, algo similar ao Open Banking. Assim como já apontado, as empresas incumbents passarão a sentir mais a concorrência, porque sendo o paciente o dono de seus dados, ele pode trocar de provedor caso não esteja satisfeito com o tratamento ou com o atendimento. Além disso, vários produtos e serviços vão nascer em cima dessa infraestrutura de interoperabilidade”, explica o executivo… leia mais em ProXXIma 22/03/2022