Acionistas votam fusão entre brMalls (BRML3) e Aliansce Sonae (ALSO3) nesta semana — saiba o que está em jogo
Após um noivado turbulento, as companhias já disseram “sim” uma à outra e também receberam o sinal verde de seus respectivos conselhos de administração; agora elas buscam a aprovação dos acionistas para seguir com as bodas.
Organizar um casamento não é fácil. Mas, superada a burocracia da etapa civil e definidos os detalhes da festa para familiares e amigos, basta dizer “sim” e trocar os votos em frente ao celebrante e está firmado o matrimônio.
Já quando a união é entre empresas de capital aberto, o que já era difícil torna-se ainda mais complexo. Isso porque, além dos “noivos”, os conselhos de administração, os acionistas e os órgãos reguladores também precisam conceder sua bênção para as núpcias.
Um dos casamentos mais comentados deste ano na B3 será entre brMalls (BRML3) e Aliansce Sonae (ALSO3), pois dará origem à maior administradora de shoppings da América Latina.
A proposta de combinação de negócios será discutida em assembleias gerais extraordinárias marcadas para a próxima quarta-feira (8).
Enquanto os convidados aguardam o veredito das AGEs, relembre como foi o início desse relacionamento e descubra o que a fusão representa para brMalls (BRML3) e Aliansce Sonae (ALSO3) e os acionistas das duas administradoras.
brMalls (BRML3) foi uma noiva cobiçada
Vale relembrar que a Aliansce Sonae não era a única pretendente da brMalls. E, ciente de que era cobiçada por outros players do setor, a noiva soube usar isso a seu favor e recusou as duas primeiras propostas de combinação de negócios.
Oficialmente, a administração alegou que os termos oferecidos eram insuficientes e subavaliavam o valor da companhia. Mas, segundo o sócio de uma gestora ouvido pelo Seu Dinheiro, os executivos tiveram outras razões para resistir ao assédio.
Mas a Aliansce Sonae foi um pretendente insistente. Além de melhorar os termos financeiros duas vezes — a proposta aceita foi 17,2% maior do que a primeira oferta lançada pelo grupo no início do ano — a empresa buscou a união de outras formas e comprou ações da brMalls diretamente na B3.
Assim, em conjunto com o fundo canadense CPPIB, a Aliansce já é hoje a maior acionista individual da brMalls, com quase 11% do capital. As gestoras Squadra, Capital International e Atmos também detêm participações relevantes na companhia.
Como ficam os acionistas?
A administração de ambas as empresas e os respectivos conselhos de administração estão satisfeitos com o acordo. Mas como fica a situação dos acionistas?
Segundo Alexandre Machado, sócio e responsável pelo setor de shopping centers na Hedge Investments, eles também têm muito a ganhar, e em diversas frentes.
O primeiro, e mais claro, benefício será sentido na bolsa de valores. “Há uma visão de que as companhias combinadas teriam cerca de R$ 13 bilhões de valor de mercado, o que deve aumentar a liquidez e a visibilidade dos papéis. Portanto, é esperado também uma potencial valorização das ações”, afirma Machado.
O sócio da Hedge conta ainda que uma companhia de porte maior pode atrair determinados investidores que não olham para companhias menores. Logo, a fusão amplia também a capacidade de atrair novos acionistas.
De acordo com a apresentação da fusão elaborada pelo BTG Pactual, que fez a assessoria da transação do lado da Aliansce Sonae, a futura empresa será a campeã de liquidez no setor e terá os mais altos padrões de governança corporativa.
Vale destacar que, juntas, as duas administradoras operam 69 shopping centers. Os ativos foram responsáveis por um volume de vendas de R$ 39 bilhões em … leia mais em Seu Dinheiro 06/06/2022