Uma análise feita pelo Above Avalon, blog que examina a rede de negócios da Apple, verificou que a companhia investiu “apenas” US$33 milhões em fusões e aquisições (mergers and acquisitions, ou M&A) este ano — o menor índice desde que Tim Cook assumiu a cadeira de CEO1 da empresa.

Desde 2006, a Apple gastou US$20,6 bilhões em fusões e aquisições, com cerca de metade do total vinculado a “aquisições de negócios”. Ademais, a Maçã também divulga a quantidade de dinheiro gasto na aquisição de “ativos intangíveis”, como carteiras de patentes — é importante observar, porém, que isso não reflete os pagamentos vinculados às despesas de capital.

A dúvida, portanto, recai sobre o motivo de 2021 estar sendo um ano tão “tranquilo” para as atividades de aquisição. Segundo o blog, para muitos a pandemia provavelmente será posicionada como uma explicação lógica — mas alguns fatores rebatem essa ideia.

Leia também demais posts relacionados a Apple no Portal Fusões & Aquisições.

Durante a pandemia, não houve um declínio geral nas atividades de fusão e aquisição no setor de tecnologia. Na verdade, os números da indústria apontam para um aumento de 50% pela contagem de negócios.

Sendo assim, o blog argumenta que o trabalho remoto “na verdade contribuiu para uma bonança de fusões e aquisições, pois os executivos de nível médio e sênior veem e experimentam deficiências nos portfólios de produtos”.

Minha suspeita é que 2021 foi um ano tranquilo de fusões e aquisições para a Apple, considerando onde a empresa se encontra do ponto de vista da linha de produtos. Durante a maior parte dos últimos cinco anos, os planos de AR/VR da empresa foram o catalisador por trás de aproximadamente 20% dos negócios de aquisição dela. A investida da Apple em vestíveis está agora virando a esquina — tão perto que a empresa provavelmente tem os ingredientes principais para lançar um V1 e um V2 sem a necessidade de fusões e aquisições adicionais. Enquanto isso, projetos de pesquisa e desenvolvimento de longo prazo, como o Projeto Titan, ainda estão muito distantes para levar a uma súbita onda de fusões e aquisições. Nos últimos cinco anos, apenas três aquisições da Apple podem ser vinculadas às suas ambições automotivas.

Ainda de acordo com a análise, a Apple não usa sua estratégia de fusão e aquisição para alavancar sua receita, base de usuários ou mesmo seus produtos. Em vez disso, a empresa usa isso como uma ferramenta para adquirir talentos e tecnologia.

Veremos se esse cenário se manterá (ou não) no ano que vem….Saiba mais em macmagazine.18/11/2021