Bertha Capital investe na Pharmalog com recursos da Rede D’Or e Fieam
Faz apenas dois meses que terminou o prazo para que as empresas de saúde se adaptassem às exigências da Anvisa para o monitoramento da temperatura nas rotas de transporte de vacinas e medicamentos — uma necessidade que ficou mais evidente com a pandemia de Covid-19. Mas a Pharmalog SA, healthtech com sede em Manaus, já estava atenta ao problema e pode aproveitar o timing. A startup acaba de atrair um aporte de R$ 2,5 milhões da Bertha Capital.
O capital vai sair de dois dos fundos da gestora. A maior parte será injetada pelo Inova VI, cujo único cotista é a Federação de Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), mas o Inova IX, com recursos da Rede D’Or, também vai contribuir. Antes dessa rodada, a startup já havia levantado uma pré-seed com o FIP da Positivo, em 2020.
“Estávamos em busca de ativos que pudessem endereçar problemas da indústria brasileira como um todo, tanto para dentro quanto mais para a borda”, diz Rafael Moreira, CEO da Bertha Capital. “A Pharmalog tem uma boa combinação de tecnologias que resolve uma questão clássica do setor, em logística, e atua ainda no setor de fármacos, que é bastante regulado.˜
Com uma operação que combina hardware e software proprietários, a healthtech não apenas monitora o ambiente de armazenamento e o veículo de transporte — solução já mais comum na indústria, inclusive no ramo de alimentos — como coleta informação precisa e em tempo real de dentro da embalagem dos fármacos. Pela plataforma, é possível acompanhar o local e temperatura exatos de cada medicamento.
A ideia partiu de uma inconformidade de Rafael Martinelli, um dos idealizadores da Pharmalog e fundador da BMR Medical. Em sua outra companhia, o engenheiro passou a receber reclamações de hospitais e clínicas clientes, que alegavam que sua bomba de infusão contínua de quimioterapia — que permite com que pacientes oncológicos se tratem no conforto do lar — estava apresentando defeitos.
“O Rafa é engenheiro, foi pior do que criticar um filho para o pai”, brinca Luiz Renato Hauly, cofundador e CEO da Pharmalog. “Depois de pesquisar muito, ele descobriu que, na verdade, o composto de tratamento que era importado estava chegando ao país cristalizado e entupia a bomba, prejudicando o funcionamento do aparelho e a eficácia dos tratamentos.˜
Identificado o problema grave e de proporções alarmantes, Hauly deixou o emprego no mercado financeiro para se dedicar ao projeto com o amigo. Em várias partes do mundo, o monitoramento da temperatura dos compostos farmacêuticos já era exigido, mas, no Brasil, ainda não. Com a pandemia no auge, em meados de 2020, começaram a esboçar o que viria a se tornar a Pharmalog — mas só no ano passado a startup foi a mercado.… leia mais em Pipeline 02/05/2024