Blackstone pode dobrar ativos sob gestão em 5 anos
Steve Schwarzman, da Blackstone Group, disse que sua empresa de private equity poderia dobrar os ativos sob gestão nos próximos cinco anos, para US$ 800 bilhões, com a expansão para novas áreas de investimento. “Temos metas internas, planos e aspirações para basicamente dobrar nosso valor atual, o que nos levaria a US$ 800 bilhões”, disse Schwarzman, cofundador e CEO do grupo, em entrevista à “Bloomberg TV” nesta quarta-feira, em Riad.
Consultado sobre a possibilidade de que a gestora de ativos com sede em Nova York se torne uma empresa de um trilhão de dólares, ele disse: “É possível”. A demanda por ativos alternativos, como private equity e imóveis, cresceu muito, levando as empresas dos segmentos a captar volumes recordes, uma vez que os mercados acionários se tornaram caros após sete anos de rali e os títulos de crédito continuam pagando rendimentos próximos dos pisos históricos.
A Blackstone, maior administradora de ativos alternativos do mundo, mais do que dobrou os recursos que administra para clientes desde meados de 2012, para US$ 387 bilhões no fim de setembro. Entre as novas linhas de negócios empreendidas pela empresa nos últimos anos estão mercados secundários de private equity, investimentos táticos, além de fundos imobiliários.
No terceiro trimestre, os ativos administrados pela Blackstone subiram 4,4%, maior alta trimestral desde o começo de 2015, à medida que os clientes buscaram investimentos táticos, oportunidades em imóveis na Ásia, hedge funds e títulos de dívida em atraso, afirmou a empresa na semana passada.
Schwarzman disse que espera crescimento dos ativos no quarto trimestre.
A empresa está levantando recursos para seu novo fundo de infraestrutura e para investimentos para apoiar projetos em fase inicial. “Parte do que fazemos é criar novos negócios, novas áreas de investimento”, disse Schwarzman, 70, na entrevista. “Nosso negócio não é acumular ativos. Nosso negócio é gerar retornos.” A Blackstone foi uma das empresas beneficiadas pelo plano da Arábia Saudita de se transformar em potência de investimentos e depender menos do petróleo. Em maio, a Blackstone recebeu o compromisso de investimentos de até US 20 bilhões para projetos de infraestrutura do Fundo de Investimento Público do reino. Neste mês, a empresa acrescentou mais US 10 bilhões com a aquisição da Harvest Fund Advisors, que investe em energia. “Quando você tem investidores institucionais de previdência e fundos soberanos com uma alocação em ativos privados inferior a 5% da carteira, se eles decidirem aumentá-la, mesmo que em 10% a 20%, isso já provocará um impacto enorme no crescimento do setor”, disse Tomasz Grzelak, analista da Baader Helvea em Zurique.
Schwarzman disse que “acredita muito em escala”, porque é isso que permite que sua empresa opere globalmente e atraia profissionais. A Blackstone criou a maior administradora de ativos do mundo quando vendeu sua divisão de ativos hipotecários dirigida por Laurence D. Fink, em 1994. Fink a transformou na BlackRock, que hoje administra cerca de US$ 6 trilhões para clientes. Em 2013, Schwarzman disse que sua decisão de deixar Fink ir embora foi um “erro colossal”. Ainda assim, o grupo tem US$ 100 bilhões a mais em ativos que sua principal concorrente, a Apollo Global Management, com US$ 232 bilhões. Já o Carlyle administra US$ 170 bilhões, segundo dados de junho. – Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 26/10/2017