A Inter-Risco foi vendida à sociedade brasileira Audere Investments, de Juan Carlos Felix, que já assumiu a presidência do conselho de administração da firma de capital de risco no início deste mês, enquanto João Pontes Amaro, então managing parner da sociedade, se mantém no board como administrador.

Questionado pelo ECO, o BPI, que detinha uma posição de 49% da Inter-Risco, confirma a venda “porque não tinha interesse em manter a sociedade na sua carteira de investimentos”. O banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa abandona assim a área do private equity, que já não era considerada estratégica.

O processo de venda da Inter-Risco foi iniciado há dois anos, visando aliviar o consumo de capital do banco. A conclusão deste negócio confirma uma notícia avançada pelo ECO no início de novembro.

Ex-diretor do grupo de private equity Carlyle para a região da América Latina, Juan Carlos Felix já assumiu a liderança da Inter-Risco desde o dia 1 de dezembro. De acordo com a sua conta no LinkedIn, Juan Carlos Felix fundou a sociedade Audere Investments, com sede em São Paulo, em abril de 2019, e ocupa ainda o cargo de co-CEO e co-chairman da Turris Telecom, com interesse nas áreas de telecomunicações e infraestruturas. Com ele entrou ainda para a administração Hussein Semedah, com negócios também no Brasil. João Pontes Amaro mantém-se no board, mas agora como administrador, assim como Maria Isabel Coelho.

O ECO contactou a Inter-Risco sobre o novo capítulo, mas não obteve uma resposta até à publicação deste artigo. Nas últimas duas décadas, esta sociedade sediada no Porto investiu mais de 200 milhões de euros no mercado ibérico em mais de 100 empresas, mas os três fundos que administra — Caravela, Inter-Risco II e Inter-Risco II CI – já se encontram em fase de desinvestimento ou maturação.

Com a Adere Investments, a Inter-Risco tenta dar um novo impulso à sua atividade, à boleia do programa Consolidar do Banco Português de Fomento, no valor de 500 milhões de euros. Foi uma das 14 capital de risco selecionadas para o programa. No caso da Inter-Risco, foi aprovado um investimento de 44,8 milhões de euros, com investimento privado mínimo de 19,2 milhões de euros, para lançar fundo de alavancagem a empresas que viram planos de crescimento adiados pela pandemia. Cada financiamento poderá atingir até 11,4 milhões de euros, esperando-se oito operações…. saiba mais em Sapo 26/12/2022