Depois de meses sem a entrada de novos participantes na BM&F Bovespa – o último a fazer parte foi a Abril Educação, em julho -, a Brasil Travel publicou um prospecto preliminar para a condução de seu IPO (Initial Public Offering) após obter a dispensa do requisito de registro junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Apesar do documento ainda não fornecer o cronograma e tampouco os números quanto à quantidade de ações que a companhia pretende disponibilizar ao mercado, a empresa já informa que aoferta contemplará a emissão primária e secundária de ações ordinárias, em operação conduzida no Brasil e com esforços de colocação no exterior.

Já o preço por ação será definido com base no procedimento de bookbuilding, a ser conduzido junto a investidores institucionais. O coordenador líder da oferta será o Credit Suisse, enquanto a Flow Corretora e o Banco Barclays auxiliarão como coordenadores.

Investidores qualificados

O prospecto preliminar também informa que o número inicial de papéis ofertados ao mercado poderá ser ampliado em dois momentos, em 20% no âmbito do lote adicional e em 15% no âmbito do lote suplementar, cuja opção de exercício será destinada à Flow Corretora, a qual poderá adquirir as ações por um período de 30 dias após o início das negociações em bolsa.

Além disso, somente investidores qualificados poderão participar da oferta. Desta forma, pessoas físicas e jurídicas somente poderão participar caso estes possuam investimentos financeiros superior a R$ 300 mil.

Tal procedimento foi aprovado pelos acionistas em assembleia geral realizada no dia 29 de novembro, sendo que o Fundo de Investimento em Participações Dalty possui 46,4% das ações ordinárias. Em seguida, os sócios fundadores detêm 34,0%.

Captação destinada a aquisições

Ao passo que ainda não há estimativas de quanto a companhia pode captar com o IPO, a empresa revela que 85% do montante será utilizado na aquisição de companhias do setor de turismo e na abertura de lojas.

“Na data deste prospecto, mantemos contato e diálogo, em estágio avançado de negociação, com outras empresas no setor de turismo, no Brasil e na América Latina”, divulga a Brasil Travel. Caso tais propostas sejam efetivadas, a situação patrimonial deverá “mudar bastante”, afirma.

Na esteira das aquisições, 8% do capital levantado será utilizado na implantação de sistemas de integração e central de serviços compartilhados, enquanto 5% se destinarão ao reforço do capital de giro e os 2% restantes serão incluídos nos investimentos em marketing. Por: Fernando Ladeira de Azevedo
Fonte:infomoney09/12/2011