Depois de ‘comer grama’, Digibee consolida presença internacional e estrutura nova rodada
A startup Digibee, plataforma de integração híbrida de sistemas usada por empresas como Itaú, B3 e Carrefour, completa cinco anos colhendo louros. Acaba de inaugurar um lounge no Cubo Itaú, tornando-se a primeira residente a ocupar um espaço que até então era destinado apenas a grandes companhias. É o arremate de um ciclo interessante: no início do negócio, os fundadores, Rodrigo Bernardinelli (CEO), Peter Kreslins (CTO) e Vitor Souza (COO), não foram aceitos para participar do programa de incubação do hub de inovação.
A negativa aconteceu porque Flavio Pripas, que na época liderava o Cubo (e hoje é CSO da Digibee), achou que a startup não tinha foco. A Digibee havia criado um marketplace para venda de produtos orgânicos a pedido de um grupo de fazendeiros e usou a solução como base para o projeto final apresentado ao Cubo. Na ocasião, mostrou uma plataforma que, além do e-commerce, tinha uma série de outras funções, de app para venda a controle de estoque e sistema de cartão de crédito.
“Criamos uma ‘mini Amazon’ que demandava pouca operação. O cliente só precisava lidar com as encomendas em si, porque o resto já estava automatizado”, relembra Bernardinelli. Mas o que ele acreditava ser um diferencial de mercado, na verdade, não foi bem avaliado. Ao ser apresentado à ideia, o então líder do Cubo não conseguiu entender o que a empresa fazia, recusou a startup no hub e pediu mais foco aos founders.
A partir da negativa, os fundadores da Digibee reavaliaram o produto e concluíram que trabalhar para pequenos e médios negócios não fazia sentido naquele momento — os próprios sócios, que vinham de grandes empresas, não tinham esse background. “Havia pessoas melhores e mais experientes fazendo coisas parecidas. Olhamos para dentro de casa e decidimos pivotar”, conta. A Digibee resolveu, então, investir no meio de campo e estruturar a ferramenta como eiPaaS (Enterprise Integration Platform as a Service). Ou seja: em vez de oferecer uma plataforma com muitas ferramentas integradas, passou a vender um integrador de ferramentas já usadas pelo cliente.
Em fevereiro de 2018, quando começaram a vender o novo produto, encontraram resistência até fechar o primeiro grande cliente, a rede atacadista Makro. Também lidaram com a falta de caixa e chegaram a pagar funcionários do próprio bolso. “A gente comeu grama até não poder mais e foi difícil conquistar os primeiros clientes, apesar de a necessidade existir.” No mesmo ano, os fundadores reencontraram Pripas em um evento e apresentaram a nova solução. A resposta, dessa vez, foi positiva. Quando o atual CSO da Digibee ofereceu ajuda para escalar o negócio, o CEO não pensou duas vezes: pediu um espaço no Cubo… leia mais em PEGN 15/09/2022