De um lado, um cenário mais favorável previsto para o segundo semestre, com o início do ciclo de queda de juros, e acomodação da crise no setor de crédito privado. Do outro, empresas escaldadas pelo freio na concessão de crédito dos bancos no primeiro trimestre, pós-escândalo da Americanas e recuperação judicial da Light, e buscando menor dependência de um só tipo de credor. É nesse contexto que companhias de capital fechado ou aberto, mas ainda não listadas na B3, estão estreando ou retornando ao mercado de capitais.

São os chamados emissores em transição de governança, que se comprometem, ao emitir títulos, a adotar medidas para ampliar sua transparência, como, por exemplo, apresentar balanços trimestrais auditados. Nas gestoras que originam essas operações, há previsões de mais que dobrar o volume daqui até o fim do ano, em compasso com o apetite dos fundos para absorver essas ofertas, na maior parte via notas comerciais, debêntures, certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) e imobiliários (CRIs).

Empresas menores buscam dinheiro no mercado de capitais

Em nosso ‘pipeline’ [operações em preparação] há quase R$ 2 bilhões para levar a mercado até o fim do ano”, diz Rodrigo Nery, sócio da Aeté Capital, que origina operações com esse perfil. São 27 empresas, com emissões médias de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões. No primeiro semestre, a butique financeira fechou R$ 400 milhões em captações. “Veremos, nos próximos cinco anos, o número de emissões quintuplicar”, prevê Nery. Já a Capitânia Investimentos planeja dobrar nos próximos 12 meses o volume em carteira de debêntures de emissores em transição de R$ 500 milhões hoje para R$ 1 bilhão, segundo Arturo Profili, sócio da asset, que tem R$ 25 bilhões sob gestão… leia mais em Valor Investe 08/08/2023