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Os negócios de fusões e aquisições envolvendo empresas nacionais totalizaram um volume de 2,8 bilhões de euros este ano, através da concretização de 116 operações. Desde 2018 que não se tinham realizado tão poucos negócios em Portugal.

Segundo dados da Dealogic, o volume de capital que envolveu as cerca de uma centena de operações de fusões e aquisições de empresas nacionais ficou também muito aquém do contabilizado em anos anteriores.

Além de apenas 51% dos 2,8 bilhões de euros referirem-se a negócios já concretizados (os remanescentes 49% são negócios ainda não finalizados), o volume total é de apenas um quarto do montante registado em 2020, o segundo melhor ano da última década.

No entanto, é importante notar que estes números ainda não têm em conta a oferta pública de aquisição sobre a Greenvolt apresentada esta quarta-feira pelos norte-americanos da Kohlberg Kravis Roberts (KKR) e que, para já, traduz-se num negócio de 1,16 bilhão de euros.

Fusões e aquisições

O ano de 2023 voltou a mostrar um mercado de fusões e aquisições pouco dinâmico em Portugal. Além de ter voltado a registar um volume de negócios abaixo da fasquia dos 3 mil milhões de euros, apenas contou com uma operação acima dos 500 milhões de euros.

Estes são os dez maiores negócios do ano em Portugal

As causas para estes números são muitas, mas no centro do problema está a falta de capital do mercado nacional e a instabilidade legislativa no tratamento do capital estrangeiro, apontam os especialistas. “Não temos capital em Portugal suficiente para potenciar as fusões e aquisições”, referiu António Ramalho, senior adviser da Alvarez & Marsal, no seguimento da conferência do ECO “Fusões & Aquisições”.

No final do ano passado, os sinais existentes já apontavam para que 2023 voltasse a ser mais um ano pouco produtivo no universo das fusões e aquisições em Portugal. Desde logo pela escalada do preço do capital, que foi fortemente impactado por uma contínua política monetária restritiva do Banco Central Europeu.

Os números agora contabilizados mostram isso mesmo, com o volume de negócios a situar-se pelo segundo ano consecutivo abaixo da fasquia dos 3 mil milhões de euros — algo que nunca sucedeu ao longo dos últimos 15 anos.

Os negócios que mais brilharam em 2023

O maior negócio do ano foi fechado em março através da venda da totalidade das ações da VIC Properties por parte da Aggregate a um grupo liderado por investidores institucionais e a elementos da equipa de gestão da empresa por 670 milhões de euros. Entre os novos donos da promotora estão a AlbaCore Capital, a Mudrick Capital Management, o Owl Creek Asset Management LP e a Existing Management.

O segundo maior negócio de 2023 foi realizado pela Galp Energia em setembro, através de uma joint-venture com a japonesa Mitsui (75%/25%), num investimento de 400 milhões de euros para produzir e comercializar biocombustíveis avançados numa unidade adjacente à refinaria de Sines, com capacidade para 270 mil toneladas por ano…. leia mais em Ecco 22/12/2023