Segundo estudo da Ernst & Young Terco divulgado nesta quinta-feira (20), um dos principais desafios para as companhias que desejam entrar na cadeia produtiva do pré-sal é ter acesso ao capital necessário e aos financiamentos mais eficientes para suas necessidades

“Existem algumas modalidades de financiamento que podem ser usadas por empresas que já são ou que pretendem fazer parte da cadeia de fornecedores do pré-sal”, afirma Luiz Claudio Campos, sócio de transações da Ernst & Young Terco. “O importante é que elas analisem as características de cada uma em termos de exposição aos riscos, custos, entre outros pontos importantes”, diz.

Modalidades de financiamento

Entre as possibilidades de captação está o project finance, modalidade que permite às empresas financiarem novos projetos dando como garantia aos empréstimos sua própria projeção de fluxo de caixa. “O project finance poderia ser utilizado por uma empresa que acaba de fechar um contrato para fornecimento à Petrobras de determinados equipamentos e que, para atender a essa demanda, precisa fazer investimentos na produção. O próprio contrato com a Petrobras pode ser a garantia exigida pela instituição financeira”, acredita Campos.

Outro tipo de investimento apontado pela consultoria é o Private equity, que envolve a compra de participação acionária em empresas de grande potencial de crescimento. “Pequenos e médios fornecedores e prestadores de serviços da Petrobras que sejam empresas de capital nacional, familiares, podem achar a modalidade interessante”, diz o sócio da Ernst & Young Terco, para quem os fundos de Private equity devem aumentar a participação no setor de petróleo e gás brasileiros nos próximos anos, principalmente por causa do pré-sal.

Nessa toada também se encaixam as fusões e aquisições, cujo número no setor de petróleo e gás aumentou após a definição do conteúdo local pelo marco regulatório do pré-sal e a maior entrada de capital no setor. Os alvos são, principalmente, a cadeia de fornecedores de equipamentos e prestadores de serviços.

Curto e longos prazos

Por fim, o estudo ressalta as linhas tradicionais. Campos explica que as linhas de financiamento de curto prazo, disponíveis em bancos comerciais, têm baixa burocracia para liberação e atende às necessidades mais imediatas, mas as taxas cobradas pelas instituições financeiras são mais caras.

Outra possibilidade são os financiamentos de longo prazo, com valor financeiro menor e obtido junto a instituições financeiras públicas e agências multilaterais de fomento, como o BNDES (Banco de Desenvolvimento Econômico e Social), Caixa Econômica Federal, entre outros.

“Não importa a linha de financiamento escolhida, as empresas precisam se dedicar ao trabalho de governança corporativa”, orienta o sócio da Ernst & Young Terco. “O sucesso na captação dos recursos necessários para se posicionar no setor de petróleo e gás vai depender do preparo e da estrutura das companhias envolvidas. E elas terão que estabelecer métodos e processos transparentes que deem tranquilidade e confiança ao parceiro investidor e financiador”, conclui o executivo.Por: Graziele Oliveira
Fonte:infomoney20/20/2011