O mercado brasileiro de fusões & aquisições em julho de 2023, indica que os negócios estão ganhando tração. Realizada a maior transação do ano até agora.

Os negócios incorporados no nosso banco de dados no mês de julho de 2023, tiveram as seguintes caraterística como suas credenciais:  (i) Tecnologia da Informação foi o setor de maior apetite no acumulado do ano, em volume e, em investimentos, foi o setor de Mineração; (ii) 72,4% do volume dos negócios são de pequeno porte, até R$ 50 MM e 94,7% dos investimentos são de negócios de médio e grande portes, acima de R$ 50 MM; (iii) Retorno ao patamar de transações de dois anos atrás – junho/21, no volume acumulado do ano; (iv) Neste mês foi realizado o maior investimento do ano, na aquisição parcial por R$ 16 bilhões de empresa do setor de Mineração; (v)  Janela de oportunidades se avizinhando com os negócios ganhando tração e sinais levam a esperar um novo cenário com crescimento positivo no comparativo trimestral.

  • No mês de julho foram realizadas 133 transações em 22 setores da economia brasileira, crescimento de 8,1%, e de 13,2% nos  investimentos, que alcançaram R$ 41,6 bilhões, comparativamente ao mês anterior. Se em relação ao mesmo mês do ano anterior,  verifica-se queda no volume de 0,7%, quando foram realizadas 134 operações  e de crescimento de 37,4% nos investimentos referente a R$ 30,3 bilhões.
  • No acumulado do ano, com 834 operações e investimentos de R$ 147,7 bilhões, representa queda 21,3% no volume e de redução de 48,8% no valor;
  • Queda de 0,1% do acumulado dos últimos doze meses, 1.526 operações, comparado com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao acumulado dos 12 meses até jul/22, a redução é de 22,3%;
  • Os setores de maior apetite no ano, além de TI, destacam-se com maior número de negócios Hospitais e Lab. Análises Saúde, Instituições Financeiras e Alimentos e Bebidas. As maiores reduções de operações foram em TI, Companhias Energéticas e Instituições Financeiras; e os setores que mais cresceram foram Hospitais e Lab. Análises Saúde; Transportes e Eletroeletrônico.
  • Dos 40 setores monitorados 33 setores realizaram operações no acumulado ano – 27,3% apresentaram crescimento enquanto 72,7% tiveram queda no volume de negócios;
  • Nos últimos quatro trimestres constata-se uma queda constante de 24% em todos eles, comparativamente ao mesmo trimestre do ano anterior. Nesse período 488 transações deixaram de ser realizadas e estima-se mais de R$ 300 bilhões de negócios que não foram concretizados.
  • Foram 604 transações de pequeno porte – até R$ 50 milhões – nos primeiros sete meses do ano, com queda tanto no volume como nos investimentos de 17,5 % e 27,0%;
  • O total das operações de médio e grande portes – valores superiores a R$ 50 milhões – no acumulado do ano, somou 230 e investimento de R$ 139,9 bilhões, equivalente a uma redução de 29,9% e queda de 49,7%, respectivamente;
  • Neste mês foi concretizado até o momento o maior negócio do ano. Realizados 35 “megadeals” – operações superior a R$ 1,0 bilhão – distribuídos em 16 setores. Os 5 maiores negócios responderam por 48,3% dos grandes negócios.
  • Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 35%.
  • Predomínio dos Investidores Estratégicos nos primeiros sete meses do ano, com 557 operações, redução de 19,4% no volume e queda de 40,1% nos investimentos;
  • Os investidores Financeiros registraram queda tanto no volume como no montante dos investimentos, de 24,9% e 66,1% , respectivamente;
  • Investidores Nacionais com maior apetite no ano, registraram 708 negócios, queda de 19,6%, e o montante de R$ 75,0 bilhões, com redução de 65,1%;
  • No ano os Investidores Estrangeiros registraram 126 negócios, diminuição de 29,6%, e investimento de R$ 72,7 bilhões, com redução de 1,6%.
  • Foram mapeados 40 negócios realizados por investidores de 12 países. Os EUA, com 8 operações e investimento da ordem de R$ 2,1 bilhões foi o de maior apetite. Nos primeiros sete meses do ano, foram 126 transações realizadas com 40 países. Os EUA lideraram com 48 operações e e investimentos da ordem de 15,5 bilhões
  • Maior transação do mês e do ano, até o momento, foi realizado pela Arábia Saudita por intermédio da joint-venture liderada pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (FIP), que ficou com 10% da da venda da participação de 13% da nova companhia Vale Base Metals Limited (VBM), por US$ 3,4 bilhões (R$ 16 bilhões

ANÁLISE DO MÊS

Aumento da concentração setorial

Os 5 setores mais ativos – TOP 5 – responderam no mês de julho/23 por 65,4% do total das operações, contra 58,2% no mesmo mês do ano passado, aumentando o grau de concentração dos TOPs 5.

Fusões e aquisições: 133 transações em junho/23

Crescimento de 8,1% do número de operações em relação ao mês anterior

Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de julho, 133 transações em 22 setores da economia brasileira, registrando um crescimento de 8,1% em relação ao mês anterior (123 operações).

Confrontando com o mesmo mês do ano anterior, constata-se uma queda de 0,7%, quando foram apurados 134 negócios.Volume de transacoes

Evolução nos últimos 5 anos

No acumulado do ano de 2023, foram apuradas 834 operações, registrando uma queda de 21,3% se confrontado com o mesmo período de 2022, quando foram realizadas 1.060 operações.

M&A Evolução nos últimos 5 anos

Maiores apetites x maiores quedas

Setores mais representativos nos primeiros sete meses de 2023.

No gráfico dos setores mais ativos nos primeiros sete meses de 2023, além de TI, destacam-se com maior número de negócios Hospitais e Lab. Análises Saúde, Instituições Financeiras e Alimentos e Bebidas. As maiores reduções de operações foram TI, Companhias Energéticas e Instituições Financeiras; e os setores que mais cresceram foram Hospitais e Lab. Análises Saúde; Transportes e Eletroeletrônico.

Dos 40 setores monitorados pelo PORTAL, 33 setores realizaram operações nos primeiros sete meses, nos dois últimos anos (2022 e 2023), 9 apresentaram crescimento correspondendo a 27,3% – aumento de 38 negócios, enquanto 24 setores registraram queda do volume, equivalente a 72,7%, ou seja, 264 transações, no comparativo entre os períodos acumulados.

No gráfico abaixo destacamos os setores de maior apetite com seus crescimentos e quedas no ano.

M&A Maiores apetites x maiores quedas

O acumulado do volume de transações dos últimos doze meses continua em queda

Julho registra queda de 0,1% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, com 1.526 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – jul/22, a queda é de 22,3%. Voltamos ao patamar de transações de dois anos atrás – junho/21.

No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destaca prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos e, no detalhe, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da taxa de câmbio.

Nos primeiros sete meses de 2023, tem como destaque a crise bancária internacional com a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), do Signature Bank; e a aquisição do Credit Suisse pelo UBS. E não menos importantes as incertezas macroeconômicas, os mercados de capitais voláteis, o rápido aumento das taxas de juros e o impacto da inflação. As turbulências dessa combinação fizeram com que muitas empresas se concentrassem internamente em vez de fazer aquisições. O sentimento agora é de que tende para uma estabilização com perspectivas de crescimento.

Variação do volume e dos montantes das transações trimestrais – percentual sobre o ano anterior

Variação do Volume

Interessante notar que nos últimos quatro trimestres constata-se uma queda constante de 24% em todos eles, comparativamente ao mesmo trimestre do ano anterior. Nesse período 488 transações deixaram de ser realizadas, e se mantendo o perfil das transações, estima-se mais de R$ 300 bilhões de negócios que não foram concretizados.

Se confirmar as expectativas de uma janela de oportunidades se avizinhando já a partir deste 3º trim/23, em que os negócios estão ganhando tração, os sinais levam a esperar um novo cenário com crescimento positivo no comparativo trimestral e um promissor 2024.
M&AVariação do volume e montante das transações

Variação do Montantes 

Seguindo a direção dos ventos do 3º tri., pode-se inferir que é grande a possibilidade de uma recuperação dos investimentos, deixando de ocorrer quedas percentuais trimestrais comparativas aos mesmos períodos do ano anterior, quando se verificou o último crescimento, no 4ºtrim21 – após um período decepcionante de 6 trimestres.

Porte das transações por volume e montantes

Volume transações: predomínio dos pequenos, mas os grandes estão avançando.

Das 133 transações apuradas no mês, 95 são de porte até R$ 49,9 milhões – 71,48 % do total e responderam por 3,1 % do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 604 transações representando 72,4% do total e 5,3% do valor. Impactando uma queda de 17,5% no volume e de 27,0 % em valor, comparado com o mesmo período do ano anterior. Mesmo com essas quedas, os investidores continuam se concentrando mais em negócios de menor porte.

Em relação as operações de porte superior a R$ 50 milhões, foram realizadas no mês foram 38 transações, redução de 30,9% em relação ao mês de jul/22, e investimento de R$ 40,3 bilhões, com queda de 33,3%. Já no acumulado do ano, foram 230 transações e investimento de R$ 139,9 bilhões, significando uma queda de 49,7% em comparação com o ano passado, quando foram concretizadas 328 operações e movimentaram R$ 278,0 bilhões.

Vale destacar que a maior queda ocorreu nas transações de porte de R$ 500 a R$ 1,0 bilhão, em que foram registrados 19 negócios, com uma redução de 51,3%, seguida pela operações de porte superior a R$ 1,0 bilhão, com redução de 31,4%.

PS. Corrigido os valores de jan. a jul./2021

Crescimento do montante dos investimentos: 37,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, e em relação ao mês anterior o crescimento foi de 13,2%

Quanto aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 41,6 bilhões, com um crescimento de 37,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (93,3%) e Não Divulgados/Estimados (6,7%). Em relação ao mês anterior, verifica-se um crescimento de 13,2%

Quanto aos montantes dos negócios realizados no acumulado ano estima-se o total de R$ 147,7 bilhões, representando uma queda de 48,8% em relação ao mesmo período de 2022.

Os investimentos realizados nas operações de porte de R$ 500 a R$ 1,0 bilhão foram os que registraram a maior queda 54,7%,

E a menor redução – 27,0%, ocorreu nas operações acima até R$ 50 milhões, sinalizando um maior otimismo para fusões e aquisições de pequeno porte.

Perfil dos “megadeals” dos primeiros sete meses de 2023

Foram realizados 35 “megadeals” – operações superior a R$ 1,0 bilhão – em 16 setores. Os 5 maiores negócios responderam por 48,3% dos megadeals. Companhias Energéticas lideraram com 5 operações seguido por Produtos Químicos Farmacêuticos com 4 transações. O maior negocio foi realizado pelo setor de Mineração.

Participações das transações – volume & montantes

No comparativo das participações das transações no acumulado do ano, permite identificar as variações do volume e dos investimentos – percentual – em função do porte, ao longo dos últimos 3 anos.

A mudança estrutural mais significativa em relação ao acumulado do ano passado está no crescimento do volume das transações de porte até R$ 50 milhões que aumentaram sua participação relativa de 69,1% para 72,4%.

PS. Corrigido os valores de jan. a jul./2021 e 2022

Valor médio das transações – Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 35,0% em relação ao mesmo período do ano passado.

O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 177,1 milhões, contra R$ 272,4 milhões no mesmo período de 2022, representando uma redução de 35,0%.

PS. Corrigido os valores de jan. a jul./2021

As transações de porte de R$ 50 a R$ 500 milhões, foram as que tiveram a menor redução do valor médio comparativamente com o mesmo período do ano anterior.

Dinâmica & Origem dos InvestidoresDinâmica & Origem dos Investidores

Investidores Estratégicos

Os Estratégicos tiveram queda no acumulado do ano de 19,4% no volume e registraram uma redução de 40,1% nos investimentos

O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 93 operações (69,9%), e responderam por 80,9% dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 557 operações registraram queda de 19,4% em relação ao ano passado. Responderam por 66,8% dos negócios e 77,8% dos investimentos, no montante de R$ 114,9 bilhões, o que significa uma redução de 40,1% em relação ao mesmo período do ano de 2022.

Investidores Financeiros

Os investidores Financeiros tiveram uma redução de 24,9% no volume e redução de 66,1% no montante dos investimentos no acumulado do ano.

Realizaram 40 operações no mês de julho num montante de R$ 7,9 bilhões. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 277 operações – redução de 24,9% – correspondendo a 33,2% dos negócios e 22,2% dos investimentos, no valor de R$ 32,8 bilhões, representando uma queda de 66,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Nacionais

Investidores Nacionais mesmo com maior apetite nos primeiros sete meses do ano, registram uma queda no volume de 19,6%, e redução no montante de 65,1% .

Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 101 operações, 75,9%, e investimento da ordem de R$ 14,8 bilhões, correspondendo a 35,5% do total.

No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 708 operações – queda de 19,6% em relação ao ano anterior, e responderam por 84,9% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 75,0 bilhões, o equivalente a 50,8% do total, correspondendo a uma queda de 65,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Estrangeiros

No ano os Investidores Estrangeiros registraram queda tanto no volume de transações, 29,6%,  como no valor dos investimentos, de 1,6%.

Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês, 32 operações – 24,1% do total, no montante de R$ 26,8 bilhões – 64,5% do total, liderando os investimentos. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 126 operações registraram uma queda de 29,6% – responderam por 15,1% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 72,7 bilhões (49,2%), o que significa uma queda de 1,6% em relação ao acumulado ano.

No mês de julho/23, foram mapeados 40 negócios realizados por investidores de 12 países.

Os EUA com 8 operações foram os de maior apetite estrangeiro no mês e um investimento estimado em R$ 2,1 bilhões.

O maior investimento do mês e do ano, até o momento, foi realizado pela Arábia Saudita por intermédio da joint-venture liderada pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (FIP), que ficou com 10% da da venda da participação de 13% da nova companhia Vale Base Metals Limited (VBM), por US$ 3,4 bilhões (R$ 16 bilhões)

Nos primeiros sete meses do ano, foram 126 transações realizadas com 40 países. Os EUA lideraram com 48 operações e e investimentos da ordem de R$ 15,5 bilhões.

Maior transação do mês de julho/2023:

A Vale anunciou a venda de 13% de sua unidade de metais básicos, a Vale Base Metals Limited (VBM), por US$ 3,4 bilhões (R$ 16 bilhões). Pelos acordos fechados, a Manara Minerais, uma joint-venture entre a empresa de mineração estatal saudita Ma’aden e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (FIP), ficará com 10% da nova companhia. A empresa de investimento americana Engine No. 1 deterá uma participação de 3%.

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QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” sobre os negócios de Fusões e Aquisições bem como analisar suas principais tendências . Trata-se da compilacão das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidas as transações de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre as operações citadas no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis e de boa-fé publicadas pela imprensa ou pela empresa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Nos esforçamos para fornecer informações e análise de dados atualizados sobre as mudanças que estão ocorrendo nos mercados para ajudar os nossos leitores a entender e aplicar no desenvolvimento dos seus projetos de fusões e aquisições e se antecipar o que vem pela frente. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidores estratégico ou financeiro, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados etc. Muitas vezes a notícia não é clara ou detalhada a respeito dos dados das transações. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos corrigindo ou mesmo retirando a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES.