O mercado brasileiro de fusões & aquisições em julho de 2022 registra queda expressiva de 27,2%. Os setores de Tecnologia da Informação; Instituições Financeiras; Alimentos e Bebidas; Companhias Energéticas e Serviços para Empresas foram os mais ativos no mês e os investidores nacionais predominaram.

• No mês de julho foram realizadas 134 transações, queda de 27,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior e investimento de R$ 30,3  bilhões, com uma redução de 59,4%;
• No acumulado do ano, com 1.060 operações, representa crescimento 6,4% no volume e um investimentos de R$ 288,7 bilhões correspondendo a uma queda de 32,4% em relação ao mesmo período do ano passado;
• Crescimento de 20,4% do acumulado dos últimos doze meses, 1.965  operações, comparado com o acumulado de um ano atrás;
• Os investimentos realizados nas operações de porte acima de R$ 1,0 bilhão foram os que apresentaram a maior redução, de 51,4%;
• Foram 732 transações de porte até R$ 50 milhões no acumulado do ano, com crescimento de 29,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
• O total das operações de valores superiores a R$ 50 milhões alcançaram 328 com redução de 23,7%;
• O setor de Tecnologia da Informação foi o que apresentou a maior queda no volume de negócios no mês de julho;
• Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 36,5% em relação ao mesmo período do ano passado;
• Predomínio dos Investidores Estratégicos com crescimento de 11,3% no volume em relação ao acumulado do ano passado e queda de 25,1% nos investimentos;
• Os investidores Financeiros registraram redução de 1,6% no volume e de 43,4% no montante dos investimentos no acumulado do ano;
• Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, totalizaram 881 negócios, um crescimento de 4,8%, e o montante de R$ 214,8 bilhões, com redução de 36,8%;
• No ano os Investidores Estrangeiros registraram 179 negócios, um crescimento de 15,5%, e queda de 15,4% no valor dos investimentos;
• Foram mapeados 20 negócios realizados por investidores de 10 países. Os EUA, com 6 operações e investimento da ordem de R$ 2,0 bilhões foi o de maior apetite;
• Maior transação do mês de julho/2022 – ArcelorMittal fecha acordo com Vale e sócios para compra de CSP Companhia Siderúrgica do Pecém por US$ 2,2 bi.

ANÁLISE DO MÊS

Grau de concentração setorial

Os 5 setores mais ativos – TOP 5 – responderam no mês de julho/22 por 58,2% do total das operações, contra 67,4% no mesmo mês do ano passado (e 75,2% em 2020), representando um crescimento da participação dos demais setores em detrimento da concentração verificada entre os 5 mais expressivos.

Queda de 27,2% do número de operações em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de julho 134 transações em 26 setores da economia brasileira, registrando uma queda de 27,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior ( 184 operações).

Confrontando com o mês anterior, constata-se uma queda de 27,6%, quando foram apuradas 185 negócios.

Evolução nos últimos 5 anos

No acumulado dos primeiros sete meses do ano de 2022, apuradas 1.060 operações, registra um crescimento de 6,4% se confrontado com igual período de 2021, quando foram realizadas 996 operações.

Maiores apetites x maiores quedas.

Setores mais representativos nos primeiros sete meses do ano. No gráfico dos setores mais ativos no acumulado do corrente ano, além de TI, destacam-se Instituições Financeiras e Companhias Energéticas.

Na sua maioria apresentaram crescimento expressivo no volume de negócios em relação ao ano passado, excetuando surpreendentemente o setor de Tecnologia da Informação.

No acumulado do ano o segmento com maior crescimento no número de transações em relação o mesmo período do ano passado foi Companhias Energéticas, com um aumento de 40 operações, seguido por Alimentos & Bebidas e Serviços para Empresas.

Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações no acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, foram Tecnologia da Informação; Outros e Hospitais e Laboratórios com redução de 19, 16 e 11 respectivamente.

Acumulado do volume de transações dos últimos doze meses.

O mês de julho/22 registra uma nova queda, sendo o terceiro mês do ano que sinaliza uma alternância entre crescimento e queda. E gira uma média ao longo de 2022 de 1.980 transações, deixando para trás a barreira que alcançou em junho/22, superando pela primeira vez 2.000 transações. Possivelmente as 2.015 operações realizadas em jun/22, seja o patamar mais elevado do ano.

Com 1.965 operações transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, representa uma queda de 2,5% do número de comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – jul/21, o aumento é de 20,4%.

No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destacam-se prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos. Integra também o gráfico, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da taxa de câmbio.

Os primeiros sete meses de 2022 está sendo marcado por panorama macroeconômico com inflação e juros elevados, além dos desdobramentos da invasão da Rússia na Ucrânia e encerramento da emergência de saúde pública de interesse nacional da pandemia da covid-19.

Dólar encerra o mês de julho com baixa de 1,12%. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, registrou alta de 4,69%.

Porte das transações

Das 134 transações apuradas no mês, 89 são de porte até R$ 50 milhões – 66,4 % do total e responderam por 4,4% do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 732 transações representando 69,1% do total e 3,7% do valor. E impacta um crescimento de 29,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Nos sete primeiros meses do ano, foram 328 transações de valores superiores a R$ 50 milhões, uma queda de 23,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram concretizadas 430 operações e movimentaram R$ 278 bilhões representando uma queda de 33,8%.

Vale destacar que a maior queda ocorreu nas transações de porte acima de R$ 1,0 bilhão, que registrou 51 negócios, com uma redução de 51,4%, impactada sobretudo pela pela turbulência econômica que estamos atravessando.

No comparativo das participações das transações em função do porte nos primeiros sete meses do ano, permite identificar a variação do volume – percentual – ao longo dos últimos 3 anos.

A mudança estrutural mais significativa em relação ao mesmo período do ano passado está na redução do volume das transações de porte acima de R$ 1,0 bilhão, que reduziu de 10,5% para 4,8%.

Queda de 51,2% em julho, do montante dos investimentos em relação ao mês do ano anterior.

Quanto aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 30,3 bilhões, com uma redução de 59,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (91,1%) e Não Divulgados/Estimados (8,9%). Em relação ao mês anterior – junho, verifica-se uma queda de 51,2% quando atingiu o montante de R$ 62,0 bilhões*. *corrigido em ago/22

Queda de 32,4% do montante dos investimentos no acumulado do ano.

Quanto aos montantes dos negócios realizados no acumulado do ano estima-se o total de R$ 288,7 bilhões, representando uma queda de 32,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os investimentos realizados nas operações de porte de R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão foram os que apresentaram a maior redução, de 38,2%.

No comparativo das participações das transações nos primeiros sete meses do ano, permite identificar a variação dos investimentos – percentual – em função do porte, ao longo dos últimos 3 anos.

Valor médio das transações

Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 36,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 272,4 milhões, contra R$ 428,9 milhões no mesmo período de 2021, representando uma queda de 36,5%.
Por sua vez, o valor médio dos negócios de porte de R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão tiveram queda neste ano, 9,7%. E o valor médio que mais cresceu foi dos negócios acidade R$ 1,0 bilhão, 32,6%

Dinâmica & Origem dos Investidores

Investidores Estratégicos

Predomínio dos Investidores Estratégicos – cresceram 11,3% no volume em relação ao acumulado do ano passado e tiveram redução de 25,1% nos investimentos.

O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 96 operações equivalente a 71,6%, e responderam por 94,0 % dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 691 operações tiveram crescimento de 11,3% em relação ao ano passado, e responderam por 65,2% dos negócios e 66,4% dos investimentos, no montante de R$ 191,8 bilhões, o que significa uma queda de 25,1% em relação ao mesmo período do ano de 2021.

Investidores Financeiros

Os investidores Financeiros tiveram queda de 1,6% no volume e de 43,4% no montante dos investimentos no acumulado do ano.

Realizaram 38 operações no mês de julho num montante de R$ 1,8 bilhão. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 369 operações – queda de 1,6% – correspondendo a 34,8% dos negócios e 33,6% dos investimentos, no valor de R$ 96,9 bilhões, representando uma queda de 43,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Nacionais

Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, crescimento no volume, de 4,8%, e queda no montante dos investimentos de 36,8% . Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 114 operações, 85,1%, e investimento da ordem de R$ 15,5 bilhões, correspondendo a 51,2% do total. No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 881 operações – crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior, e responderam por 83,1% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 214,8 bilhões, o equivalente a 74,4% do total, correspondendo a uma queda de 36,8 % em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Estrangeiros

No ano os Investidores Estrangeiros registraram crescimento de 15,5% no volume de transações e queda de 15,4% no valor dos investimentos. Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês 20 operações – 14,9% do total, no montante de R$ 14,8 bilhões – 48,8% do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 179 operações registraram um crescimento de 15,5% – responderam por 16,9% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 73,9 bilhões (25,6%), o que significa uma queda de 15,4% em relação ao mesmo período do ano de 2021.

Importante mencionar que as informações disponíveis sobre os investimentos em relação aos IPOs, na B3, são tratados como de capitais nacionais na data da divulgacão deste relatório. Quanto a aportes de investimentos conjuntos de vários fundos de Private Equity, considera-se a nacionalidade do líder do bloco informado.

No mês de julho/22, foram mapeados 20 negócios realizados por investidores de 10 países.

Os EUA com 6 operações foram os de maior apetite estrangeiro no mês e um investimento estimado em R$ 2,0 bilhões.

Maior transação do mês de julho/2022

ArcelorMittal fecha acordo com Vale e sócios para compra de CSP por US$ 2,2 bi – A Vale informou que assinou, em conjunto com seus sócios Posco Holding Inc. e Dongkuk Steel Mill, um acordo vinculante com a ArcelorMittal para a venda de suas participações na Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).

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QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão semanal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES http://fusoesaquisicoes.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Eventualmente podem ocorrer alterações nos dados estatísticos em razão de notícias mais recentes sobre detalhes da transação. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES.