Um dos setores até então mais resistentes à inovação, dado o cuidado com informações, o mercado jurídico tem vivido duas revoluções ao mesmo tempo: tem se digitalizado e já no contexto da inteligência artificial generativa. Nesse filão, a legaltech Lexter.AI atraiu os medalhões do direito e agora quer chegar às pequenas firmas de advocacia, abrindo ainda uma vertical de educação, com cursos e treinamentos.

A companhia acaba de captar o equivalente a R$ 16 milhões (cerca de US$ 3 milhões), em rodada liderada pela Alexia Ventures, para expandir essa operação. “Queremos ajudar a educar o mercado sobre o uso da IA de forma segura e confiável dentro do universo do direito. É um setor que está pulando de um contexto offline já para o que existe de mais avaavançado em machine learning e isso pode assustar um pouco”, diz Pedro Jahara, cofundador e CEO da Lexter.

É a terceira vez que a companhia recebe uma chancela de capital. No pré-seed, captou US$ 500 mil com Grão VC, Canary, Norte Ventures e Equitas. A legaltech passou também pelo programa de aceleração da YC, quando levantou um seed de US$ 1 milhão, e ingressou no programa de aceleração Attix, do escritório Mattos Filho. Com o repertório, atraiu clientela do calibre do Demarest, BMA, TozziniFreire, Lobo De Rizzo e /asbz.

Nesta nova capitalização, também participaram a Endeavor, nova acionista, e acompanharam Grão VC e Canary. “A gente investe em early stage e, como é natural desse tipo de aposta, muita coisa pode mudar pelo caminho, a startup pode pivotar, então a gente olha muito para a qualidade do time”, conta Sung Lim, chefe de investimentos e finanças da Grão.

Quando lançou uma primeira versão de seu assistente virtual, logo no início da pandemia, a Lexter não podia ainda contar com tecnologias como o GPT-3 e superiores — que revolucionaram, posteriormente, esse mercado. Hoje, a plataforma combina produtos das big techs com a tecnologia proprietária para organizar dados e informações de documentos volumosos em um dashboard e até redigir petições, contestações e dar andamento aos processos.

A plataforma conta com um sistema que limita a inteligência artificial aos códigos legais brasileiros e à jurisprudência, evitando o mico cada vez mais comum de advogados que citam decisões que nunca existiram ou leis que já foram modificadas por indução de ferramentas como o ChatGPT. Além disso, fica assegurada a segurança das informações carregadas no sistema.… leia mais em Pipeline 03/04/3034