Em outubro de 2021, o anúncio de que a Flytour, uma das maiores agências de turismo do país, seria vendida por R$ 500 milhões para a Belvitur, agência de turismo de Minas Gerais e oito vezes menor que a gigante, remexeu com o mercado de turismo.

Na época, assim como várias outras empresas do setor, a Flytour lutava para superar o impacto da pandemia. Com fronteiras fechadas e vendas suspensas, uma das mais tradicionais agências de turismo do Brasil, que havia faturado R$ 6 bilhões em 2019, acumulava uma dívida de R$142 milhões. Sem liquidez, a saída foi entrar com uma recuperação extra-judicial e renegociar com os credores que incluíam os principais bancos, como Bradesco, Banco do Brasil e Itaú.

Seis meses depois, parece que a companhia encontrou o caminho da recuperação. Em março, a Flytour faturou R$ 594 milhões — patamar bem distante dos R$ 80 milhões de quando foi comprada. “Nós tínhamos a projeção de faturar essa quantia apenas em março do ano que vem”, diz Marcelo Cohen, CEO da BeFly, holding criada a partir da união da Belvitur e Flytour.

Segundo Cohen, uma série de fatores ajudaram a acelerar a retomada da companhia, como o avanço da vacinação e o fim das medidas de restrições contra a covid-19. Fora isso, o dólar alto e a disparada dos combustíveis, que resultaram em um aumento no preço das passagens, deu outro empurrãozinho.

Outra estratégia que ajudou a turbinar as receitas da Flytour foram as vendas cruzadas. “Nós passamos a fazer um trabalho proativo de buscar o nosso público corporativo para oferecer viagens de lazer e vice-versa, algo que acontecia de forma tímida”, diz.

Leia também demais posts relacionados a Lazer & Turismo no Portal Fusões & Aquisições.

Apetite por comprar

Cohen, porém, também admite que isso só foi possível graças ao plano agressivo de aquisições que a Belvitur colocou na rua assim que a pandemia começou a queimar o caixa das concorrentes. Em pouco menos de seis meses, a companhia comprou 16 empresas.

Além da Flytour, outra aquisição que se destacou foi a compra da Queensberry, tradicional agência de luxo, em janeiro deste ano. Fundada em Londres, em 1971, a agência também enfrentava um processo de recuperação judicial, somando dívidas de R$ 50 milhões…. saiba mais em Exame 15/04/2022