Sem lances pirotécnicos e valores exorbitantes, o Fleury fez seis aquisições em 2021, entrando em novas áreas com ortopedia e oftalmologia. Essa fórmula garantiu uma receita e um lucro recordes. E vai seguir ativa em 2022.

Poucos setores estão tão aquecidos em M&As como a área de saúde. Nos últimos tempos, os principais protagonistas desse mercado fizeram movimentos ousados, num intenso processo de consolidação

A Rede D’Or, por exemplo, anunciou a compra da SulAmérica. A Hapvida e Notredame Intermédica se uniram, criando um gigante que vale quase R$ 90 bilhões, num case de verticalização. A Dasa, por sua vez, é considerada uma das interessadas na compra do plano de saúde Amil, que está à venda pela americana UnitedHealth.

Neste cenário, o Fleury parece um outsider. Engana-se quem pensa desse jeito. De forma discreta, exame a exame ou consulta a consulta, a rede de medicina diagnóstica está seguindo a risca sua estratégia de M&A. A regra é nada de lances pirotécnicos e valores exorbitantes.

“O setor de saúde é muito complexo e há espaço para diferentes modelos”, diz Jeane Tsutsui, CEO do grupo Fleury, ao NeoFeed. Estamos nos posicionando no modelo de formação de ecossistemas.”

A receita do Fleury não segue a cartilha desses grandes grupos. Ela envolve a compra de ativ os ou parcerias que reforcem a área de medicina diagnóstica, a sua grande fortaleza, e engloba a entrada em novas áreas, como ortopedia, oftalmologia, fertilidade, com procedimentos que vão de consultas até cirurgias.

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Na consolidação do setor de saúde

Em 2021, o Fleury fez seis aquisições que fortaleceram essa tese, investindo mais de $ 900 milhões nessas transações. Três delas em medicina diagnóstica (entre elas, o Laboratório Marcelo Magalhães, de Recife, por R$ 384,5 milhões, a segunda maior aquisição de sua história).

Outros três M&As aconteceram nas novas áreas, chamadas internamente de novos elos: o Centro de Infusões Pacaembu, a Clínica de Olhos Moacir Cunha e o Instituto Vita de Ortopedia.

A estratégia, ao menos em 2021, trouxe um resultado robusto para o Fleury, que atingiu uma receita bruta recorde de R$ 4,2 bilhões, um crescimento de 30,1%. O lucro líquido ajustado de R$ 374,7 milhões, alta de 37,3%, é o maior da história do grupo de saúde.

Ao mesmo tempo, o Fleury está anunciando a distribuição de R$ 297,3 milhões em dividendos, o que representa um “dividend yeld” de 5,2%, quando considerado o preço da ação da companhia em 30 de dezembro de 2021.

Essa fórmula seguirá em sua “bula” em 2022. “Temos um pipeline que não é pequeno e estamos analisando oportunidades na área de medicina diagnóstica e em novos elos”, afirma Jose Antonio Filippo, CFO do Fleury…. leia mais em Neo Feed 17/03/2022