Um grupo de acionistas da Westwing, que representa 44,6% do capital da companhia, decidiu se mexer para propor uma regra no estatuto que torna mais difícil a realização de uma oferta hostil de aquisição. A gestora WNT tem avançado no capital do ecommerce, provocando movimentações dos demais investidores.

No grupo, estão gestoras como Kapitalo Investimentos, JF Trust Gestora de Recursos, Constância Investimentos, Tork Capital, a gestora de private equity Axxon e mais dois acionistas. A proposta, enviada à companhia na sexta-feira passada e que será votada em assembleia no próximo dia 30, é proibir que qualquer acionista tenha poder de voto superior a 15% do total. De imediato, isso atingiria dois acionistas com posição maior que essa atualmente: a WNT, cujos fundos somam 28,7% do capital, e a própria Axxon, com 25,6%.

A medida conta com o apoio da atual administração, que disse que a limitação “está alinhada ao melhor interesse da companhia.”

O movimento vem a WNT pedir a convocação de uma assembleia para esta terça-feira visando trocar o conselho de administração. A gestora, que investe na varejista por meio do fundo Montenegro, é dona de 28,7% da companhia e tem, entre os investidores, o Banco Master e o empresário Nelson Tanure. A WNT indicou uma chapa única para o conselho, mas a proposta deve ser rejeitada pelo grupo que inclui os minoritários.

Na Westwing acionistas minoritários se unem para dificultar oferta hostil

O conselho da empresa, vale lembrar, passou recentemente por três baixas de membros que renunciaram. Para o lugar deles, os acionistas minoritários indicaram os nomes de Mauro Cunha, ex-presidente da Amec e atualmente conselheiro de empresa como Embraer, Klabin, Hypera e AES Brasil; Marcelo Cabral Bernabé, que foi sócio da Kapitalo e hoje é membro do conselho de administração da Melnick Even Desenvolvimento; e Ricardo Magalhães Gomes, sócio da Argucia Capital.

São indicações que também contam com o apoio da administração da companhia, que ainda propôs que um deles, Mauro Cunha, fosse escolhido presidente. Se os nomes forem aprovados, o conselho passaria a ter uma maioria de membros independentes, um caminho que, na visão dos minoritários, está mais alinhado ao fato de a Westwing ser uma corporation (com controle acionário disperso) do que a opção por ter chapa indicada por um único acionista — como ocorre na composição atual, onde todos foram indicados pela Axxon, ou como na proposta da WNT.

A intenção dos minoritários é acompanhar mais de perto as propostas para a administração da empresa e ter maior participação na governança.

A WNT assumiu o posto de principal acionista ao longo dos últimos meses. A gestora começou a montar posição em dezembro, inicialmente com 7%. De lá para cá, saltou para os atuais 28,7% e superou o fundo Oikos, da gestora de private equity Axxon, que levou o e-commerce à bolsa.

A gestora, contudo, ainda não revelou qual é seu o plano para a empresa. Desde o IPO, em fevereiro de 2021, o papel acumula queda de 89%… leia mais em Pipeline 01/08/2023