A Natura admitiu nesta segunda-feira que avalia vender a operação da The Body Shop, um negócio comprado seis anos atrás em uma transação estimada de 1 bilhão de euros, mas que tem afetado negativamente os resultados da companhia nos últimos balanços.

Em fato relevante, a empresa disse que o conselho de administração autorizou a diretoria a explorar alternativas estratégicas para a The Body Shop, o que inclui uma potencial venda — quatro meses depois de a companhia ter anunciado a venda da Aesop para a L’Oréal em um acordo de US$ 2,5 bilhões.

A possibilidade de realizar mais um desinvestimento surge em um momento em que a Natura tem sido cobrada pelo mercado a mostrar melhores resultados. No segundo trimestre, a empresa teve prejuízo de R$ 732 milhões e viu a alavancagem subir para 2,19 vezes, de 1,89 vez um ano antes.

A The Body Shop, inclusive, foi apontada no segundo trimestre pela empresa como uma operação que “permanece desafiadora”. No período, a receita líquida em moeda constante do negócio caiu 12,5% em comparação ao segundo trimestre do ano passado, para R$ 800,3 milhões, com recuo mais acentuado no canal “at Home”, que ainda não conseguiu se recuperar dos efeitos da pandemia.

Pressionada, a empresa tem indicado que seu foco atual é simplificar a operação e melhorar a estrutura de capital. Uma estimativa feita em julho por analistas do Itaú BBA, já considerando uma eventual venda da The Body Shop, aponta que o ativo poderia ser vendido por R$ 3,4 bilhões, incluindo na conta um múltiplo conservador de 6x para o EV/Ebitda em 2024.

Apesar de terem dito à época que The Body Shop continua a enfrentar um ambiente macro desafiador este ano, afetando negativamente o crescimento da Natura, os analistas do BBA acreditam em uma melhoria gradual da rentabilidade,.. leia mais em Pipeline 28/08/2023