A Novonor (ex-Odebrecht) deu início ao processo de venda da Ocyan, subsidiária de serviços de óleo e gás. A EY e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão coordenando o processo de venda da companhia, lançando de forma reservada um “teaser” de venda e estão recebendo propostas não vinculantes por um período de um mês para 100% de participação da Ocyan.

A informação sobre a venda da companhia foi divulgada inicialmente pelo site “Petróleo Hoje”, da revista especializada Brasil Energia, e confirmada pelo Valor com fontes a par do tema.

Procurada, a EY disse que “por questões de confidencialidade, não comenta ou divulga qualquer informação sobre situações envolvendo seus clientes ou potenciais clientes”. O BNDES afirmou que não comenta a respeito de processos de desinvestimentos.

A Novonor e a Ocyan afirmaram, em nota, que “esse é um processo já anunciado anteriormente e que segue em curso, de forma reservada”.

Novonor coloca Ocyan à venda

A Ocyan atua com afretamento de sondas de perfuração de petróleo, de navios-plataforma (conhecidos pela sigla em inglês FPSO) e em atividades de engenharia marítima (conhecidas como subsea). A empresa passou por uma recuperação extrajudicial em 2017, quando ainda se chamava Odebrecht Óleo e Gás. A negociação da dívida da Ocyan realizada naquele ano já foi, segundo a empresa, “equacionada e está concluída”. A dívida total da Ocyan, na época da recuperação extrajudicial, somava US$ 5 bilhões.

A empresa não está incluída no processo de recuperação judicial da Novonor, uma das maiores do país, que vem se desfazendo de ativos para pagar credores da companhia.

Só com o BNDES, a dívida gira em torno de R$ 51 bilhões, segundo dados divulgados em 2019, no pedido de recuperação judicial, e de acordo com informações do banco naquele mesmo ano.

Em novembro de 2020, Odebrecht e BNDES iniciaram negociações relativas a uma das dívidas, no valor de R$ 2,8 bilhões, em que as ações da Ocyan foram dadas como garantia pela empreiteira ao banco de fomento.

No fim de setembro, a Novonor repassou ao governo do Mato Grosso o controle da concessão da BR-163, a Rota do Oeste, que era detida pela Odebrecht Transport.

Em paralelo, a Novonor tenta ainda a venda de fatia da companhia na petroquímica Braskem, na qual divide o controle com a Petrobras, entre outros ativos, não incluídos na recuperação judicial… leia mais em valor Econômico 22/10/2022