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A rede de açaí e snacks saudáveis Oakberry acaba de levantar R$ 325 milhões com um fundo de impacto gerido pelo BTG. O banco já havia atuado como assessor da empresa em outras captações, mas agora aciona sua vertical de private equity para surfar a tese de sustentabilidade da marca. Com o recurso, a Oakberry quer expandir a operação proprietária no exterior, onde cresceu principalmente com franquias, e ampliar a capacidade produtiva da fábrica no Pará.

“Quando a empresa nasceu, sete anos atrás, já pensávamos nossa estratégia de forma global. Só que como a gente cresceu só com investimento próprio até 2021, o plano de expansão foi executado por meio de franquias. Agora, boa parte dessa captação vem para expandir operação nossa lá fora”, conta Georgios Frangulis, fundador e CEO da Oakberry.

A rede tem cerca de 600 unidades no mundo todo, das quais apenas 50, entre Brasil, Estados Unidos, Austrália e Europa, são tocadas pela própria marca. Com o açaí caindo na graça de gringos em busca de alimentação saudável (e o consumo de brasileiros emigrantes nostálgicos), cerca de 70% do faturamento, hoje em torno de R$ 600 milhões, já vem da operação internacional.

Nos últimos anos, a Oakberry trabalhou para verticalizar sua operação, num esforço não só para ganhar margens, mas para se posicionar enquanto marca referência em ESG. O açaí da rede é adquirido de produção sustentável nas comunidades ribeirinhas, no Norte do país, e processado por uma fábrica própria, no Pará. A produção é neutra em carbono e o plástico usado em embalagens nas lojas tem sido compensando por meio de créditos.

Há cerca de um ano, a companhia considerou a compra de uma nova planta no Centro-Oeste, mas viu que fazia mais sentido expandir a produção já em andamento. Hoje, a planta de Belém produz cerca de mil toneladas por mês. Com o investimento do recurso aportado agora pelo BTG, a expectativa é de anexar mais espaço físico à planta e quase dobrar o volume até o fim de 2024, chegando a 1,9 mil toneladas mensal.

O ganho em volume é relevante também porque a Oakberry tem aliado uma estratégia de varejo ao negócio. No início do ano, a marca chegou a supermercados do grupo Pão de Açúcar no Brasil, para competir com marcas de açaí congelado, como a Frooty, e sorvetes. Lá fora, acaba de embarcar os primeiros carregamentos para redes em Portugal e na Austrália.

O posicionamento lá fora tem ajudado na popularidade: a Oakberry tem tentado se aproximar do público de cada região inserindo aspectos culturais no menu. No oriente, mais mix de castanhas e frutas secas aproximam a marca dos hábitos alimentares locais, assim como as pastas de castanha de caju e outras nuts, na Austrália. Em algumas unidades, o grupo tem servido o famoso café brasileiro, espresso.

Essa é a terceira captação da Oakberry em três anos. Em 2021, a companhia levantou R$ 84 milhões em uma rodada privada com a Monte Bravo e, mais tarde, em 2022, estreou no mercado de capitais com uma emissão de CRAs verdes, que levantou R$ 50 milhões para a compra de insumos. O BTG, na época, assessorou a oferta… saiba mais em Pipeline 22/12/2023