Ao contrário do mercado financeiro, em que os grandes nomes do setor ignoraram as fintechs (startups de finanças) até que elas se tornassem competidoras reais, o setor de saúde incuba, acelera e promove “healthtechs” desde os seus primeiros estágios – as duas partes se beneficiam da cooperação.

“Para uma organização já madura e grande, a principal vantagem é a ajuda para passar pelo processo de digitalização”, explica o diretor de inovação do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, Rodrigo Demarch. Ele explica que startups trabalham com outra velocidade, já que são mais ágeis no desenvolvimento de produtos.O Einstein é o responsável pela iniciativa Eretz.bio, um espaço de inovação que incuba startups da área de saúde, sempre em estágio inicial e que ainda não chegaram ao mercado. O trabalho consiste em validar o modelo de negócio, desenvolvendo e testando produtos dentro das estruturas do hospital, oferecendo não só apoio no empreendedorismo, mas suporte científico às empresas. Hoje, já são 72 startups incubadas.Também é um “mutualista” o Inovahc, projeto de 2018 do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUUSP) em parceria com o centro de inovação Distrito.

“Nossa função é focar no que nos une ao mercado, e não no que nos separa, por isso somos um dos poucos ecossistemas da área de saúde no Brasil”, explica o diretor executivo do Inovahc, Marco Antonio Bego.

Para as startups, é claro, as vantagens estão em usar a estrutura dos grandes hospitais para fazer contatos e ainda ver, na prática, as “dores” dos clientes, como se diz no jargão do setor.
Lídia Abdalla, presidente do Grupo Sabin, lembra também que a união pode dar mais voz às startups para debater questões regulatórias. “A aproximação permite acelerar o aprendizado regulatório também”, conta ela. Autor: Hélvio Romero Referência: Estado de São Paulo Leia mais em capitólio 14/07/2021