Pelo menos metade das quase 30 ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não chegará à Bolsa este ano. Gestores e os banqueiros que estruturam essas operações são unânimes nessa conta. Os gestores – que têm nas mãos os recursos a serem investidos – são ainda mais pessimistas no porcentual, já que ainda estão machucados pelas perdas com as ações que compraram nos IPOs recentes. Em conversas com investidores, um banqueiro disse que a queda no valor dos ativos é o que mais preocupa, depois da inflação e da China. Por isso, a tendência é entrarem apenas em ofertas maiores, a partir de R$ 1 bilhão. Mais líquidos, esses papéis de operações maiores são mais fáceis de ser vendidos.IPO

Nesta semana, haverá duas ofertas com esse perfil: a da Comerc Energia, com pretensão de captar cerca de R$ 1,4 bilhão, e a da Enrivonmental ESG Participações, braço de gestão de resíduos da Ambipar, que pretende levantar R$ 3 bilhões. A Comerc já teria demanda para cobrir 80% da oferta.

No caso da Environmental, o apelo sustentável do negócio, no momento em que se tornar carbono neutro virou mantra dentro das empresas, agrada. Ainda assim, a resposta à pergunta sobre se essas ofertas vão de fato emplacar é: por enquanto, parece que sim.

Volátil por natureza

A verdade é que o mercado de ações é volátil por natureza. Os números mostram que muitas ofertas já aterrissaram na Bolsa este ano. No acumulado até setembro, o volume de ofertas de empresas já listadas e das que retornaram para captar mais recursos, de R$ 123,7 bilhões, já supera o total captado em 2020, de R$ 119,3 bilhões…Leia mais em estadão 06/10/2021