Medida polêmica foi tomada para atender ao FMI

Para atender ao plano de austeridade exigido pelo Fundo Monetário Internacional e pela União Europeia e ter acesso ao pacote de ajuda, Portugal paga para privatizar um banco quebrado.

Nesta semana, a reprivatização de um banco em Lisboa se transformou em polêmica e passou a ser usado por críticos e partidos de oposição em toda a Europa como símbolo das medidas absurdas que a crise está obrigando governos a tomar para sanar as contas da economia europeia.

No auge da crise, em 2008, o Banco Português de Negócios (BPN) recebeu do Estado 2,4 bilhões de euros para não quebrar. Tinha um buraco em suas contas de 700 milhões de euros.

O resgate ao BPN custou aos cofres públicos 1,4% do PIB nacional. Hoje, para receber as parcelas de ajuda, Portugal prometeu fazer duros cortes nos gastos públicos e privatizar entidades que estavam nas mãos do Estado.
Sem compradores. Em 2010, o governo colocou o banco a venda. Mas nenhum comprador apareceu. Os prazos foram prorrogados.

Nesta semana, o governo português conseguiu finalmente vendê-lo. Ou melhor, pagar para que alguém o levasse. O governo arrecadou apenas 40 milhões de euros, mas pagou 550 milhões de euros em multas e indenizações aos funcionários que serão despedidos.
Metade dos funcionários será cortada e 30% das agências fecharão. Quem comprou não foi sequer um banqueiro europeu, mas da Angola.

O comprador foi o Banco Internacional de Créditos, controlado por capital angolano . O governo não esperava obter os 2,4 bilhões com sua venda. Mas, ainda assim, havia estipulado que o preço de sua reprivatização seria de 180 milhões de euros.
Fonte:OEstadodeS.Paulo03/08/2011