Desde janeiro de 2021, quando recebeu um aporte de US$ 400 milhões, a fintech israelense Rapyd tem apresentado um crescimento explosivo. No total, a empresa já recebeu investimentos no valor de US$ 960 milhões. Hoje, seu valor de mercado é estimado em US$ 15 bilhões, o que faz dela um dodecacórnio – e uma das startups mais bem-sucedidas de Israel. Entre os fundos que apostaram na startup estão BlackRock, Fidelity General Catalyst, Target Global e Spark Capital.

Em seu projeto de expansão, a Rapyd – que atua desde 2015 na área de unificação de pagamentos digitais entre diferentes países – tem como uma de suas principais estratégias a aquisição de outras startups, especialmente na Europa e na Ásia. Agora, a gigante israelense volta os seus olhos para o Brasil.

Segundo o co-fundador e CEO Arik Shtilman, há negociações avançadas com três empresas locais, e ele espera acertar uma compra em no máximo quatro meses. “Se tudo der certo, até 1º de agosto teremos um acordo“, afirma..

Para aumentar sua participação no mercado brasileiro, a Rapyd trabalha com duas possibilidades. A primeira seria adquirir uma companhia com know how sobre o sistema de pagamentos digitais no Brasil e integrá-la às operações da Rapyd. “Buscamos alguém que entenda como operar no Banco Central brasileiro, que entenda a compliance brasileira, que conheça as peculiaridades do país e funcione como nossa base de operação aqui”, diz Shtilman.

O segundo caminho seria investir em uma fintech de crédito. “Esse é um grande mercado no Brasil”, observa o executivo. Globalmente, Shtilman avalia que o Brasil está entre os três mercados mais relevantes para a Rapyd, ao lado da Ásia, onde a companhia recentemente finalizou a aquisição da Neat, plataforma de comércio entre fronteiras baseada em Hong Kong. O valor da transação não foi divulgado.

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Rapyd empresa israelense
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“Não dá para fazer aquisições pelo Zoom”

Shtilman pretende vir ao Brasil com parte do seu time para fechar o negócio. A ideia de entrar no mercado brasileiro não é recente, mas foi adiada por conta da pandemia de covid. “Minha última viagem ao Brasil foi em março de 2020, literalmente um pouco antes de fecharem as fronteiras”, conta.

“Nós estamos tentando uma aquisição no Brasil há muito tempo, mas fazer isso pelo Zoom é extremamente difícil, por conta de uma série de fatores, desde barreiras linguísticas até linguagem corporal e cultura. Agora, com o mercado reaberto, devemos passar algumas semanas por aí para fechar o negócio. Estamos muito bem capitalizados e o mercado brasileiro é onde queremos investir nosso dinheiro”.

Rapyd Ventures

Em junho do ano passado, os sócios anunciaram o lançamento da Rapyd Ventures, braço de investimento de risco focado em em startups que trazem inovações para mercados emergentes. “Não fazemos investimentos em empresas sediadas nos Estados Unidos ou Reino Unido, por exemplo, porque é menos interessante para nós”.

A intenção da empresa é ajudar ecossistemas menos desenvolvidos a amadurecer, para que também possam atender as demandas de novos serviços da própria Rapyd. Além da aquisição, a empresa não descarta um investimento no Brasil. “Nós provavelmente faremos nosso primeiro investimento no mercado brasileiro até o fim do ano”, prevê … leia mais em Época Negócios 28/04/2022