Desde 2020, a Privalia arrumava a casa para tentar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O outlet virtual de moda e utilidades pagou uma dívida com a matriz espanhola, passou a ter os balanços auditados e publicados trimestralmente – até então, uma prática anual -, e arcou com custos de governança para se tornar uma empresa de capital aberto. Na última semana, porém, a companhia cancelou seu registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM, o xerife do mercado de capitais).

Foi o ponto final em uma longa jornada de tentativa de desinvestimento da Veepee, holding francesa dona do negócio mundialmente, que buscava sair de mercados emergentes. No México deu certo, e a controladora vendeu a operação. No Brasil, após tentar IPO e dar ao Itaú BBA, no fim de 2021, o mandato de venda da companhia, desistiu. O motivo foi a falta de um comprador que aceitasse pagar o que a companhia acreditava ser um valor justo pelo negócio. “Ouvimos algumas possibilidades, mas nenhuma delas chegou em valores que o grupo entendia como razoáveis”, diz o CEO da Privalia, Fernando Bôscolo. “Não era um bom momento em razão da volatilidade e incertezas para empresas de varejo e o mercado em geral.”

No médio prazo, não há perspectiva de IPO ou outra transação
Segundo ele, o momento da venda privada foi parecido com o do IPO: ouviram propostas e acharam melhor não seguir em frente. “Agora não tem nenhuma perspectiva nem de IPO nem de outra transação no curto e, eu diria, no médio prazo também”, afirma.

Em 2021, a plataforma buscava captar R$ 1,5 bilhão com a oferta de ações e alcançar valor de mercado entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões – bem abaixo dos R$ 3 bilhões que teria ambicionado no início dos planos…. saiba mais em Estadão 03/07/2022