Sócia da Eldorado, Paper Excellence faz oferta de R$ 40 bilhões pela Fibria
A multinacional Paper Excellence, que anunciou a compra da Eldorado no ano passado, pertencente à família Batista, apresentou no último fim de semana uma oferta de R$ 40 bilhões para a aquisição da Fibria, embolando as negociações que estão em andamento com a Suzano. Disposta a levar o negócio, a PE, controlada pela família indonésia Widjaja, incluiu na proposta a cláusula de “break-up fee” (multa) de R$ 4 bilhões, caso as negociações não sigam adiante.
A proposta da PE chegou em um momento que as conversas entre Fibria, controlada pela família Ermírio de Moraes (dona da Votorantim) e pelo braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), avançavam a passos largos com a Suzano, da família Feffer.
Nesta segunda-feira, 12 representantes da Fibria se reuniram com os principais executivos do BNDES para atualizá-los sobre as negociações. O banco de fomento (com 29,08%) e a família Ermírio de Moraes (29,42%) são os principais acionistas da Fibria. BNDES também é sócio minoritário da Suzano, com 6,9%.
Fontes a par das negociações afirmaram que o banco de fomento tem interesse de reduzir sua participação nas duas empresas e caberá à Fibria decidir qual das duas proposta levará adiante. Em ambas as ofertas, a dona da Votorantim deverá sair do negócio, apurou o Estado. Procurados, BNDES, Fibria, PE, Suzano e Votorantim não comentaram.
Na segunda, as ações da Fibria fecharam em alta de 2,95%, a R$ 69,55. O valor de mercado da maior produtora global de celulose ficou em R$ 38,5 bilhões. Já os papéis da Suzano recuaram 4,45%, a R$ 22,11, levando a companhia a ser avaliada na Bolsa a R$ 24,14 bilhões.
Com produção de cerca de 2,5 milhões de toneladas de papel e celulose no Canadá e França, a PE busca expandir seus negócios, por meio de aquisições, na América Latina.
Em setembro de 2017, o grupo anunciou a compra da Eldorado, em ransação avaliada em R$ 15 bilhões. Essa aquisição, contudo, está sendo sido feita por etapas e será concluída até setembro. A família Widjaja, também é dona da Asia Pulp and Paper (APP), já tinha procurado a Fibria nos últimos meses demonstrando interesse na companhia, segundo fontes.
Esse movimento da PE, que é assessorada pelo BTG, levou a Suzano a se sentar com sua rival para retomar as negociações para a fusão. A aproximação entre Fibria e Suzano foi confirmada pelas duas empresas em fevereiro, após reportagem do Estado.
Prioridades diferentes
Concluir a negociação com sua maior concorrente é prioridade para os Feffer, que estão na terceira geração e têm a Suzano como o principal negócio da família. Não é o caso dos herdeiros da Votorantim, que estão na quinta geração e cuja empresa de papel e celulose representa um dos vários negócios do grupo, que também atua em cimento, siderurgia, suco de laranja e é dono de um banco.
Embora analistas de mercado vejam maior sinergia entre a combinação de ativos entre Fibria e Suzano, olham a proposta da Paper Excellence como ameaça real à família Feffer.
Fontes ligadas à Suzano afirmaram que os executivos da companhia estão conduzindo diretamente as negociações, com apoio da família controladora, que está no conselho.
Segunda maior produtora de celulose do País, a Suzano já teria levantado recursos para bancar a combinação de ativos e estaria disposta a melhorar a proposta à concorrente para não deixar o negócio escapar, segundo fontes de mercado. Para analistas do UBS, contudo, ainda não está claro os plano financeiro da Suzano para concluir o negócio com a Fibria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Leia mais em dci 13/03/2018