Em março deste ano, Alex Szapiro trocou de lado. O executivo deixou a Amazon Brasil e assumiu a liderança da operação brasileira do Softbank, parte do time de 60 pessoas que o fundo japonês de Masayoshi Son tem para olhar a América Latina. São equipes não só para selecionar os investimentos, mas para impulsionar as escolhidas e desenvolvê-las.

“O que realmente me atraiu foi o foco de longo prazo e poder ajudar os empreendedores da região.” O Softbank acaba de levantar mais US$ 3 bilhões para investir em startups latino-americanas e o total ainda pode alcançar US$ 5 bilhões. Com isso, a gestora de Son dobraria a aposta na região, onde já tem um portfólio de mais de 50 empresas (65% delas no Brasil).

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Com o olhar de quem viveu o dia-a-dia dos dois lados, Szapiro conversou com a Revista EXAME, como parte da matéria especial da edição de quinta-feira, dia 18, “Criadores de Unicórnicos”, a respeito dos investimentos que o país vem recebendo dos fundos de venture capital, atraindo os maiores expoentes globais dessa indústria. Trechos inteiros da conversa, só aqui no EXAME IN……

É visível que a avaliação atribuída às empresas está cada dia maior. É preocupante?

Sinceramente, acho que temos de gastar menos tempo nisso. Será que precisa tanta energia vendo se algo vale 10 ou 12 se você acredita que pode valer 100? Prefiro ter mais cuidado na tese, no time, na qualidade de execução. E vamos lembrar, tecnicamente, os valuations [avaliações das empresas] são comparados com os múltiplos de empresas semelhantes em fases na frente. Além disso, normalmente, mais de um fundo participa e aprova os valores.

Você, então, não se preocupa com uma eventual repetição da bolha de 2.000?

Podemos até pensar no momento de liquidez, mas o nível de inovação e oportunidades é muito diverso. Só que é importante ter uma coisa em mente: não é todo mundo que vai sobreviver e virar unicórnio. Podemos dividir assim: 15% das empresas dos fundos vão ser big winners [grandes vencedoras], com múltiplos de 30, 40 e 50 vezes; 15% vão deixar de existir. E no meio, terão as avaliadas em duas ou três vezes, porém, por private equities. São tantas mudanças que vão acontecer nos próximos anos, que não acredito em uma bolha. Há sim um grande espaço para se usar inteligência artificial, dados e tecnologia para repensarmos as formas de consumo e entretenimento. Quando eu penso sobre o futuro, ele me leva a crer que não há uma bolha….Saiba mais em indicesbovespa 23/01/2022