Anunciada oficialmente na última segunda-feira (31), a compra da Bungie pela Sony não deve ser o único movimento do tipo que a empresa vai fazer em 2022. O próprio CEO da Sony Interactive Entertainment (SIE), Jim Ryan, afirma que a companhia já planeja uma nova expansão do PlayStation Studios e, segundo o TweakTown, ela tem um orçamento reservado de US$ 10 bilhões somente para isso.

Segundo o site, o valor abrange a Sony como um todo, e não está necessariamente reservado somente para a compra de estúdios de desenvolvimento ou que trabalhem na área de games. No entanto, como o setor tem se mostrado essencial para a fabricante japonesa nos últimos anos, é de se esperar que boa parte do dinheiro possa ser usada pela SIE.

Embora US$ 10 bilhões sequer se aproximem dos US$ 68,7 bilhões que a Microsoft vai investir na Activision Blizzard, o valor ainda dá espaço para a realização de compras consideráveis, como podemos ver pelo valor de mercado de alguns dos gigantes da indústria:

• Electronic Arts – US$ 37 bilhões;
• Take-Two Interactive – US$ 25 bilhões (pós compra da Zynga);
• Bandai Namco: US$ 15 bilhões;
• Embracer Group (THQ Nordic): US$ 15 bilhões;
• Ubisoft: US$ 7 bilhões;
• Konami: US$ 6 bilhões;
• Square Enix: US$ 6 bilhões;
• Capcom: US$ 5 bilhões;
• SEGA: US$ 4 bilhões.

Sony deve se focar em estúdios pequenos e médios

Enquanto teoricamente o orçamento da Sony permitia a ela investir em nomes grandes como a Capcom e a SEGA, o mais provável é que ela se concentre em estúdios de pequeno e médio tamanho. Além de ter que pagar o valor de mercado estimado por cada empresa, ela ainda teria que investir um valor adicional para convencer seus acionistas de que o negócio vale a pena. Em 2021, a companhia seguiu justamente essa estratégia, investindo em nomes como Housemarque, Bluepoint, Nixxes Software e Valkyrie Entertainment.

Embora a empresa japonesa tenha a opção de contrair empréstimos ou oferecer suas ações como forma de fazer aquisições maiores, isso dificilmente seria aprovado por seu quadro de diretores. Atualmente, a companhia japonesa possui uma dívida estimada em US$ 2 trilhões (conforme mostra o Wall Street Journal), valor substancialmente maior que os US$ 58 bilhões devidos pela Microsoft, por exemplo.

Segundo o relatório financeiro divulgado pela empresa em junho de 2021, ela possuía uma dívida de longo prazo de US$ 773,29 bilhões e US$ 1,32 trilhão em dívidas atuais. Com US$ 1,79 trilhão em caixa na época, a empresa teria, na prática, uma dívida líquida equivalente a US$ 305,88 bilhões.

Enquanto a estratégia de aquisições da empresa segue em aberto, fato é que ela (e outros nomes da indústria) devem continuar sua estratégia de consolidação este ano. Quem deve ficar de fora dessa onda é a Nintendo, que recentemente reforçou sua posição de preferir reforçar seus estúdios internos e crescer organicamente do que se expandir através da compra de outras empresas…saiba mais em adrenaline 04/02/2022