Num evento para investidores nesta terça-feira, Luis Stuhlberger e alguns de seus principais seus sócios na Verde Asset analisaram as graves (e conhecidas) mazelas da economia brasileira – e o risco de o cenário piorar após as eleições.

Num slide com o título “Conclusões: fim da esperança”, o economista-chefe Daniel Leichsenring disse que existe uma alta probabilidade de retrocesso, especialmente na parte fiscal. A questão agora é em qual magnitude. “O quadro é desolador. A discussão é qual candidato vai gastar mais,” disse o economista.

“Somos uma nave rumo ao passado, não ao futuro,” resumiu Stuhlberger.

Ainda assim, o Verde está comprado na Bolsa brasileira.

Excluindo bancos e empresas de commodities, o múltiplo preço-lucro do Ibovespa está em 12,5x, abaixo da mediana histórica de 15,7x.

Verde compra Bolsa

Excluir bancos e commodities faz sentido porque, historicamente, o Verde se expõe mais a outros setores, como varejo, consumo e elétricas.

Mas agora, o desconto nestes dois setores está tão profundo que o Verde resolveu comprar. O P/L dos bancos, por exemplo, está em 5,9x, contra uma mediana histórica de 8,7x.

“Voltamos a investir nesse setor por preço,” disse Luiz Parreiras, o gestor de multimercado da casa. “O cenário político e econômico é inóspito, mas a Bolsa está muito barata.”

O múltiplo que mais chama a atenção é o das empresas de commodities: 3,3x, quase 63% abaixo da mediana.

Entre as principais ações na carteira do Verde hoje está a Suzano, “a empresa mais competitiva do setor de celulose no mundo,” disse Parreiras. Além disso, a Suzano está alinhada aos princípios ESG e negocia como se o preço da celulose estivesse 50% abaixo do patamar atual… leia mais em Brazil Journal 28/06/2022