A Sociedade de Crédito Direto (SCD) Accredito, criada e controlada desde 2021 pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), decidiu mudar de estratégia. Desde o ano passado, está em negociação com investidores para se capitalizar e, principalmente, cumprir o último requisito necessário para virar banco. Vale lembrar que o Banco Central não concede a licença sem que o controlador seja uma entidade com fins lucrativos – e a ACSP não é.

Segundo o CEO da SCD, Milton Luiz de Melo Santos, a ACSP continuará a ser investidora, mas não controladora. O negócio com o investidor que vai assumir o controle está em fase final e será anunciado em breve, diz o executivo.

Para atrair investidores, a fintech trocou o foco no microempreendedor individual (MEI), que se revelou bem problemático do ponto de vista da inadimplência, por operações com tickets mais altos. Decidiu, ainda, ampliar o raio de atuação para além do estado de São Paulo. Abandonou a prática do crédito sem garantia para focar em antecipação de recebíveis. E vai atuar como fornecedora de serviços bancários a terceiros.

De olho no BaaS

Ou seja, vai entrar no disputado e lucrativo mercado de Banking as a Service (BaaS). O objetivo final é começar a dar lucro. A primeira parceria de BaaS é com a Delend, que por sua vez acaba de anunciar a parceria com a Rede Ok para oferecer antecipação de recebíveis para os varejistas associados (leia mais sobre a Delend no quadro abaixo). A Accredito vai fornecer o funding e, aos poucos, oferecer o mesmo serviço white label para outras fintechs. “Temos potencial para realizar antecipação de R$ 6 bilhões em duplicatas e boletos pré-datados por ano. E ainda podemos oferecer outros produtos para os clientes da Rede OK, como os repasses de linhas do BNDES”, diz Milton.

O CEO explica que como a PME já opera com a Rede OK, o risco de fraude é menor. E risco menor é sinal verde para cobrar juros menores também. Por isso, a Accredito já planeja e oferecer crédito consignado e linhas do BNDES para os clientes.

“A Delend aplica Inteligência Artificial para aperfeiçoar a análise de crédito dos clientes da Rede OK, e também agiliza a contratação por meio da integração de APIs no aplicativo. A Accredito entra com o funding, correndo o risco de crédito; e com Open Finance”, diz Milton.

Segundo o CEO da Accredito, 97% dos clientes da Rede OK já demonstraram interesse na oferta. O mercado de duplicatas eletrônicas para PMEs já movimenta cerca de R$ 1,5 trilhão ao ano.s… leia mais em Finsiders Brasil 16/04/2024