Enquanto Arezzo e Soma discutem os termos de uma potencial fusão, analistas, gestores e consultores recorrem às planilhas de Excel na tentativa de estimar, ainda que precocemente, as sinergias do negócio. O alvoroço em torno desse tema veio depois que, a partir dos bastidores da Arezzo, circulou a cifra de R$ 4,5 bilhões — o número impressionou por outro.

Ainda que discutido no conselho da Arezzo, esse número ainda não foi apresentado pelo fundador Roberto Jatahy ao board do Soma, apurou o Pipeline. O conselho ainda vai deliberar sobre a fusão e quer uma opinião de terceiros sobre a relação de troca, considerada inicialmente desfavorável por alguns membros mas com aprovação do fundador e controlador

Analistas do Jefferies dizem que o valor cogitado hoje pelas empresas parece superestimado, considerando o faturamento combinado de R$ 12 bilhões e um Ebitda de R$ 1,5 bilhão. Nas contas do banco, os ganhos estariam mais próximos de R$ 2,8 bilhões — ainda assim um número significativo.

A maior parte disso, cerca de R$ 1,2 bilhão, seriam em despesas administrativas, diz o banco; R$ 700 milhões em melhorias operacionais de franquia; R$ 500 milhões em economia de custo na Reserva por meio de fabricação da Hering; e outros R$ 400 milhões em vendas cruzadas.

As sinergias de Arezzo e Soma
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Um veterano em M&A diz que há um exagero considerando a média e histórico de transações. “Fusões bem-sucedidas geram sinergias em torno de 10% a 15% do market cap combinado e, neste caso, estão falando em 40% da empresa combinada ou 85% da empresa alvo”, compara o experiente banqueiro de investimento, tomando como referência o valor de mercado das empresas antes da oscilação pela negociação. O número equivale também a cerca de 40% das vendas esperadas para este ano nos dois grupos. … Leia mais em pipelinevalor.globo. 02/02/2024